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Sábado, 20 de abril de 2024

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Com média de um estupro a cada seis horas, MT é o 3º Estado com mais casos no país

Foto: Reprodução

Com média de um estupro a cada seis horas, MT é o 3º Estado com mais casos no país
Com média de um estupro a cada seis horas, Mato Grosso é o terceiro estado brasileiro com maior índice de registros do crime de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (3). No total foram registrados 1478 casos em 2015, representando um aumento de 13,6% em comparação a 2014, quando houve 1300 ocorrências do tipo. Os números representam uma taxa de 45,3 estupros, mais que o dobro da taxa nacional, de 22,2.


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O levantamento, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, considera os dados dos dois últimos anos e também conta com informações relativas à tentativa de estupro, que subiram de 142 para 188, aumento de 32% entre os períodos avaliados.  No ranking, Mato Grosso fica atrás apenas de Mato Grosso do Sul, onde os registros de estupro chegam a 53,9 e do Acre, com 65,2%.  
 
O Brasil registrou, em 2015, 45.460 casos de estupro, sendo 24% deles nas capitais e Distrito Federal. Apesar de o número representar uma retração de 4.978 casos registrados em relação ao ano anterior, ou queda de 9,9%, o FBSP aponta que não é possível afirmar que realmente houve uma redução do número de estupros no Brasil, já que a subnotificação deste tipo de crime é extremamente elevada.
 
“O crime de estupro é aquele que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo, então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência deste crime no País”, alerta Samira Bueno, diretora executiva do FBSP. Os números inéditos integram a 10° edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 
 
Recentemente, a promotora de Justiça Lindinalva Rodrigues, do Núcleo de Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá, falou sobre o machismo como problema estrutural na sociedade e principal causa de inúmeras violências cometidas contra mulheres.
 
“A mulher demorou muito a ser inserida no mercado de trabalho. Sempre foi vista como uma cuidadora, já que ela era mantida dentro de casa. Só conseguimos o direito de votar muito depois, após muita luta. Antigamente, havia uma permissão para que os homens matassem as mulheres por um possível adultério, que muitas vezes não existia. O mundo ainda é extremamente masculino”, lamentou.
 
De acordo com o Fórum, é possível que tenham ocorrido entre 129,9 mil e 454,6 mil estupros no Brasil em 2015. A projeção mais “otimista” se baseia em estudos internacionais, como o “National Crime Victimization Survey (NCVS)”, que apontam que apenas 35% das vítimas desse tipo de crime costumam prestar queixas.
 
Já a pior previsão, e provavelmente mais próxima da realidade, se apoia no estudo “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde”, do Ipea, que aponta que, no Brasil, apenas 10% dos casos de estupro chegam ao conhecimento da polícia. “Pesquisas de vitimização produzidas no Brasil e no mundo indicam que os principais motivos apontados pelas vítimas para não reportar o crime às instituições policiais são o medo de sofrer represálias e a crença que a polícia não poderia fazer nada ou não se empenharia no caso”, afirma Samira. 
 
Considerando somente os boletins de ocorrência registrados, em 2015, aconteceu um estupro a cada 11 minutos e 33 segundos no Brasil, ou seja 5 pessoas por hora. O Estado com o maior número de casos foi São Paulo, que responde por pouco mais de um quinto (20,4%) dos estupros no País: 9.265. O número, entretanto, representa uma redução de 761 casos (7,6%) em relação ao ano anterior, quando foram registrados 10.026 estupros no Estado. Já Roraima foi o estado com o menor número de estupros registrados, 180. O que representa 98 (35,3%) a menos do que no ano anterior.
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