O deputado federal Saguás Moraes (PT) afirmou a reportagem do
Olhar Direto,- que acompanha o processo direto de Brasília, - que o Partido dos Trabalhadores (PT) tem a quantidade suficientes para barrar o impeachment que será votado neste domingo a partir das 16h no plenário da Câmara.
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Apesar da saída do PP e do PSD da base aliada, o petista afirma que o governo conseguiu rearticular com alguns deputados que ficaram nas bancadas destes partidos e que, segundo ele, votarão contra o impeachment. Saguás, no entanto, adverte que o PT não tem uma folga muito grande e que a votação deverá ser apertada.
Para o deputado um dos motivos para que o governo conseguisse reagir foi a atuação do ex-presidente Lula e de nove governadores que foram até Brasília para ajudar no combate à oposição.
Impeachment ou golpe?
Saguás classificou o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff como “golpe” e afirmou que o impeachment jogará o país em um período “nebuloso” caso seja aprovado na Câmara. Apontou o fato de que o vice-presidente Michel Temer já havia mostrado a sua incapacidade para governar quando foi nomeado por Dilma para ser o articulador do governo junto ao congresso, mas desistiu da coordenaçã política sob a afirmação de que era um trabalho ‘impossível’.
“É a gente sair de uma situação de uma presidente honesta para uma situação de alguém que não tem legitimidade e nem 1% das intenções de voto, para alguém que tem como parceiro Eduardo Cunha, então não é uma ponte para o futuro é a uma ponte para a escuridão.” Afirmou o deputado em referência ao título do “programa” de governo de Michel Temer.
Carlos Bezerra
O petista também comentou sobre a decisão política de seu colega Carlos Bezerra (PMDB) que, segundo projeções, votará contra Dilma. Segundo ele, além de ter uma proximidade muito grande com o vice-presidente, Temer teria se reunido com Bezerra e feito um “apelo emotivo” ao deputado o que fez com que ele ficasse em dúvida sobre como votar neste domingo.
“Ele [Carlos Bezerra] neste momento esta em dúvida, ele está pensando, tem uma tendência a votar contra o golpe. Pode ter o defeito que for, mas politicamente sempre foi de centro esquerda”. Ponderou o parlamentar.
Efeito manada e placar apertado
Ao ser questionado sobre o chamado “efeito manada”, em que a ordem de votação que se inicia na região sul (maioria pró-impeachment) para o norte (maioria contra o impeachment) poderia favorecer o grupo da oposição, Saguás alegou que trata-se de um “exagero”, uma vez que a ordem será alternada e os deputados em dúvida durante a votação serão uma minoria.
De qualquer forma o petista prevê um placar apertado e favorável ao governo. Ele argumenta, porém, que não há como prever o número exato da votação de hoje.
“A diferença vai ser pequena, apertada, gostaríamos que fosse com 20 votos mas se for com 1 já está bom, e se eles ganharem vão ganhar com valor apertado também”, acrescentou.