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Justiça acata pedido de recuperação judicial do supermercado Modelo

Da Redação - Jardel P. Arruda

O Juízo da Vara de Falência, Recuperação Judicial e Carta Precatória acatou o pedido de recuperação judicial do grupo de supermercados Modelo, o maior de Mato Grosso, com 36 unidades espalhadas por diversos municípios do Estado. A decisão garante a suspensão do nome do grupo no Serasa de todas as execuções judiciais e também nos cadastros de negativação.

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O grupo terá um prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação, sob pena de falência. Grosso modo, o grupo Modelo tenta negociação judicial de uma dívida estimada em R$ 184 milhões, que deixam a rede de supermercados fragilizado em termos financeiros. Do total da dívida, 75% são para com instituições financeiras, sendo que maiores credores são os bancos Safra, Itaú e Bradesco, além de fornecedores. Contudo, o número total de credores ultrapassa dois mil, entre quirografários e com garantia real.Também existem dividas trabalhistas.

“Renegociadas as dívidas o grupo terá retomada a capacidade de investimento e ampliação. A recuperação judicial existe para isso, renovar as empresas e mantê-las no mercado”, definiu Eduardo Henrique Barros, advogado da ERS Consultoria, escritório responsável pelo caso. De acordo com a visão do advogado do Modelo, é importante ressaltar que a recuperação judicial do Grupo acontece no momento ideal para dar novo fôlego à empresa.

De acordo com a decisão judicial, devido ao volume e complexidade do trabalho a ser realizado pelo administrador judicial, a rede de supermercados terá de pagar 5% do valor devido aos credores como taxa, além de um honorário de R$ 15 mil, pagos todo dia 30 de cada mês, depositado na conta única do Poder Judiciário.

Os credores terão até 30 dias para apresentar manifestações de objeção ao plano de recuperação judicial da rede de supermercados, contados a partir da publicação de edital em jornal impresso de grande circulação. As Fazendas Públicas Federal e Estadual deverão ser comunicadas através de carta e a Junta Comercial de Mato Grosso deverá incluir a expressão "Em Recuperação Judicial" na situação empresarial do grupo. 

No pedido de recuperação judicial, a empresa afirma que busca recuperar economicamente o devedor, assegurando os meios indispensáveis para a manutenção da empresa e dos empregos gerados pela rede de supermercados. O grupo ainda garante a viabilidade do negócio, afirmando que a operacionalização das atividades não podem ser prejudicadas por uma questão momentânea de iliquidez.

Entre as principais causas da atual situação da rede de supermercados está a crise econômica de 2008, que obrigou a empresa a tomar medidas de ajuste, pois os bancos internacionais, parceiros do grupo Modelo, diminuíram os créditos disponíveis, dando menos prazos e cobrndo juros mais caros.

Em 2012, parte das dívidas foram renegociadas, mas 40% do débito bancário não pode ser renovado, ocasionando inadimplência com fornecedores, fato que colocou a rede de supermercados em um ciclo vicioso: Com menos produtos ofertados no varejo, menor era a receita e mais difícil de se pagar as dívidas.

A recuperação judicial do grupo Modelo tenta salvar três mil empregos e a própria reputação. A rede de supermercados existe desde 1984, ano em que a família Magalhães inaugurou a primeira loja em Várzea Grande. Em 1987 foi aberta a primeira loja em Cuiabá e em 2000 a primeira fora da Região metropolitana, no município de Tangará da Serra.

Hoje, o Modelo é formado por 10 Supermercados, 2 Hipermercados, 3 Atacados de auto-serviço, 1 Centro de Distribuição, 3 Distribuidoras e a Transportadora Modelo. Atualmente, o Modelo está presente nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Tangará da Serra e Primavera do Leste.



Atualizada às 20h45
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