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Pedro Taques recorre à Constituição para rejeitar substitutivo de Zeca Viana com 11%

Da Reportagem Local - Ronaldo Paehceco

A tentativa do deputado Zeca Viana (PDT) de construir uma via alternativa, com aplicação integral dos 11,28% de Reajuste Geral Anual (RGA) em nove parcelas e, assim, pôr fim à greve, foi rejeitada de pronto pelo governador José Pedro Taques (PSDB), nesta segunda-feira (27). “Decidi com coragem, sem populismo. Para evitar comprometer do futuro próximo e das futuras gerações”, justificou Taques, ciente de que geraria nova onda de críticas dos dirigente sindicais.
 
Foi alegado vício de iniciativa para devolver a proposta de Zeca Viana. “Não sou que eu estou dizendo. O Artigo 61, Parágrafo 1º, da Constituição Federal, diz que o projeto é inconstitucional.  Parlamentar não pode apresentar projeto que gera despesa”, observou.

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Pedro Taques nem quis avaliar o impacto econômico e financeiro que o substitutivo integral do parlamentar do PDT poderia provocar, na folha de pagamento, e sua necessidade de obedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

"Eu não acho nada. Eu não sou achista! Há necessidade de análise da equipe técnica. Projetos sem impacto administrativo e financeiro são coisa do passado”, ponderou ele, numa crítica indireta à gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), preso desde setembro do ano passado sob acusação de chefiar as fraudes em incentivos fiscais.

Rixa de outrora
 
Até janeiro de 2015, Pedro Taques e Zeca Viana eram amigos e aliados, no comando do partido de Leonel Brizola. Em 2010, quando se elegeu senador da República e, depois, em 2014, na vitoriosa campanha para o governo de Mato Grosso, ele teve o apoio de Viana.
 
O relacionamento começou a “fazer água” quando Zeca Viana insistiu em tentar montar uma chapa para concorrer à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em fevereiro de 2015, desafiando a orientação da cúpula, favorável à eleição do deputado Guilherme Maluf (PSDB) para a presidência.
 
Após a eleição interna, Zeca Viana passou a atacar  o governo ao qual ajudou a eleger, em outubro de 2014. Quando se arrependeu, vários emissários tentaram apaziguar os ânimos entre Taques e Zeca, ao menos para decretar um armistício, já que a amizade estava definitivamente abalada. O governador nunca concordou.

O último episódio registrado foi a decisão de Taques em dispensar a Zeca o mesmo tratamento dado aos deputados Janaína Riva e Emanuel Pinheiro, ambos do PMDB, cujas emendas foram ‘congeladas’ pelo Poder Executivo, sem data para liberação. 
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