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Contra a PEC que congela investimentos, estudantes ocupam UFMT; professores decidem sobre adesão

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Estudantes de Psicologia e Pedagogia ocupam neste momento a sede do Instituto de Educação (IE) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para contestar o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que prevê congelamentos em investimentos na saúde e na educação. A ocupação se iniciou por volta das 17h da quinta-feira (17) com 50 estudantes. Cerca de 40 deles dormiram no local. Não foi registrado qualquer tumulto.

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O diretor do IE, Silas Borges Monteiro, adiantou ao Olhar Direto que uma reunião será feita com os professores da UFMT, no sentido de evitar que eles participem das atividades grevistas, o que é uma possibilidade. O dialogo se estenderá por toda a manhã. Questionado se percebe interesse por parte dos professores em compor a ocupação, Silas nega, explica que a classe possui representatividade própria e que as pautas são as mesmas dos estudantes dos profissionais técnicos, que já estão paralisados.

Silas destaca a organização do ato, que até o momento não registrou nenhum tumulto ou desentendimento. Até às 8h30 de hoje, os 40 estudantes permanecessem no IE.

Na quinta-feira (17), os professores da UFMT aprovaram em assembleia, por 55 votos a 37, o indicativo de greve marcado para o dia 25 de novembro. Os docentes deverão estar em Brasília nos dias 19 e 20 para acompanhar as deliberações de outras instituições de ensino superior. Na seqüência eles retornam para Cuiabá, onde votarão pelo início da mobilização, já sinalizada pela categoria, composta por 1700 profissionais.

A UFMT é uma das cerca de 180 universidades ocupadas do país.

Os estudantes compõem atos que condenam a proposta apresentada pela equipe econômica do governo Michel Temer, a Proposta de Emenda à Constituição 241, que pretende limitar o crescimento das despesas do governo, incluindo gastos em saúde e educação, por 20 anos.  A medida também  fixa para os três poderes - além do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União - um limite anual de despesas.
 
Enviada em junho pela equipe de Michel Temer à Câmara dos Deputados, a proposta institui o Novo Regime Fiscal, que prevê que tais gastos não poderão crescer acima da inflação acumulada no ano anterior.

A ocupação também luta contra a Medida Provisória 746, que propõe a extinção de matérias essências ao Ensino Médio, e contra o projeto Escola Sem Partido, projeto ideológico lançado recentemente pelo governo federal.

As alterações propõem a retirada do currículo obrigatório disciplinas como Educação Física, Artes, Sociologia e Filosofia. Além de proibir que os professores e professoras abordem questões sociais como racismo, preconceito com relação à orientação sexual e gênero, violência contra as mulheres e até sobre o cuidado com o meio ambiente.

Até às 10h30 de hoje, os estudantes seguem organizados, se reúnem para discutir a possibilidade de ocupar toda a univerdade e as aulas de graduação estão suspensas. 
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