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Permanência de Nasr na F1 vai ficando difícil, mas história ainda não acabou

Globo Esporte

Em entrevista ao GloboEsporte.com, realizada em Interlagos na sexta-feira do GP do Brasil, Monisha Kaltenborn, diretora da Sauber, disse que Felipe Nasr era apenas candidato à vaga de companheiro de Marcus Ericsson na equipe, em 2017. “Há outros concorrentes”, afirmou. Monisha falou também do estresse na relação com o staff do piloto e das condições distintas oferecidas pelo principal patrocinador de Nasr, o Banco do Brasil. 


Neste sábado, a estatal brasileira confirmou ao GloboEsporte.com o interesse em seguir investindo em Nasr, mas com apenas um terço do valor do contrato desta temporada. Acredita-se que o Banco do Brasil destinou cerca de 15 milhões de euros (R$ 58 milhões) como verba de patrocínio enquanto para 2017 disponibilizaria 5 milhões de euros (R$ 19 milhões).

Desde a bandeirada na 71ª volta da corrida de Interlagos, dia 13, há um elemento novo nessa história, potencialmente capaz de interferir diretamente no seu desfecho. Nasr terminou a 20ª e penúltima etapa do campeonato em nono, deixando a Sauber em excelente condição de no dia 27, em Abu Dhabi, terminar o Mundial de Construtores na décima colocação.


Ao décimo lugar caberá a importantíssima soma de 40 milhões de euros (R$ 150 milhões) em 2017, repassada pela Formula One Management (FOM). Quem acaba a competição fora dos dez primeiros não recebe nada da FOM.


INDIGNAÇÃO TOTAL


Monisha afirmou ao GloboEsporte.com, em resposta aos boatos de que a Sauber estaria sabotando Nasr para privilegiar Ericsson, por causa do contrato de patrocínio maior que o do brasiliense: “Você acha que seríamos loucos de renunciar à luta por uma melhor colocação no campeonato (de construtores) com todas as imensas implicações financeiras que isso teria?”


Parte importante do desgaste na relação de Nasr com a Sauber provém dos comentários, jamais feitos pelo piloto, de que as derrotas para Ericsson, nas sessões de classificação e nas corridas, teriam origem no interesse da escuderia de favorecer Ericsson. O placar do grid, este ano, está 13 a 7 para o sueco. E nas corridas, 8 a 5 para ele também.


Se os pilotos da Manor, Pascal Wehrlein e Esteban Ocon, não somarem pontos no Circuito Yas Marina, domingo, e a Sauber garantir os 40 milhões de euros, qual a implicação do feito para o futuro de Nasr na equipe?

O que primeiro vai acontecer é que Monisha terá maior liberdade para definir o companheiro de Ericsson. A verba de patrocínio torna-se menos importante. Esse fato eleva as chances de outro piloto ficar com a vaga, o alemão Wehrlein, como já mencionado, hoje na Manor.


O inglês Stephen Fritzpatrick, proprietário da escuderia, não aceitou a redução de apenas 5 milhões de euros (R$ 19 milhões) proposta pelo sócio e diretor da escuderia Mercedes, Toto Wolff, no valor pago pelo fornecimento da unidade motriz. Em vez de Fitzpatrick pagar 18 milhões de euros, pagaria 13. Exige maior desconto.


O clima entre o piloto alemão e o time se deteriorou nos últimos meses, desde a chegada do francês Ocon, daí o seu interesse de deixá-lo. Ocon já assinou com a Force India para 2017. Wolff falou com os jornalistas, em Interlagos, que precisaria autorização do board da Mercedes para elevar a oferta a fim de que Wehrlein permanecesse na Manor.


Monisha pode aceitar Wehrlein, agora, porque como Nasr o alemão é um piloto com potencial para crescer na F1. Com a vantagem de provavelmente seu staff não gerar estresse como o de Nasr. Wolff investiria os mesmos 5 milhões de euros. Ele precisa conhecer melhor o que Wehrlein pode fazer, para saber se teria condições de substituir Lewis Hamilton ou Nico Rosberg, no fim de 2018, quando seus contratos expirarem.


O mexicano Esteban Gutierrez foi dispensado pela Sauber, no fim de 2014, depois de disputar fraca temporada, como agora na Haas, sem marcar um único ponto. Mas ele tem 20 milhões de euros da Telmex e foi visto no paddock de Interlagos conversando normalmente com Monisha. Seu retorno a Sauber é apenas pouco provável, mas não impossível.
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