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Sindicato dos taxistas não crê em novas manifestações e avalia: “não tem demanda para mais aplicativos”

Da Redação - Wesley Santiago

“Não tem demanda para a entrada de novos aplicativos em Cuiabá”. A avaliação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Taxistas de Cuiabá, Antônio Bodnar, que aguarda a votação do projeto de Lei que pretende regulamentar serviços como o Uber, de transporte de passageiros. Bodnar ainda adianta que novas manifestações não devem ser feitas na capital mato-grossense: “Por agora não”.

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“Estamos aguardando a aprovação da regulamentação no Congresso nacional, que está programado para o dia 30 de março. Hoje não existe uma lei regulamentando os serviços, ninguém proibiu. Temos que esperar a lei sair”, disse o presidente em entrevista ao Olhar Direto.
 
O presidente ainda acrescenta que novas manifestações estão descartadas na capital mato-grossense: “Sou pela paz, nosso único protesto foi pacífico, nada adianta nada manifestar se a lei não regulamentar. Porque as cidades acabam proibindo, mas a Justiça libera, porque não tem uma regulamentação específica”.
 
Para Bodnar, a chegada de aplicativos como o Uber e Yet Go diminui e muito o número de passageiros: “Diminui. Cuiabá é uma cidade pequena. Futuramente, as próprias pessoas que trabalham com o aplicativo vão ver que não tem demanda, que não compensa. Daqui a pouco, estes sistemas vão ficar inoperantes”.
 
“Nós fizemos um levantamento e apenas 1% ou 2% da população de Cuiabá usa táxi. Não tem demanda para a chegada de novos aplicativos e carros”, finaliza.
 
Yet Go
 
A empresa Yet Go, uma das principais concorrentes do Uber, deve desembarcar em Cuiabá nos próximos dias. O aplicativo, que promete preços até 40% mais baratos que os serviços tradicionais, já está cadastrando motoristas: “Já atingimos a base de 100 cadastros”, disse o diretor de operações, Alberto Souza Júnior, em entrevista exclusiva ao Olhar Direto. Ele ainda acrescenta que a intenção da plataforma não é concorrer com os táxis e que os pagamentos poderão ser realizados em dinheiro e cartão.
 
“O serviço começou esta semana a cadastrar os motoristas e em mais 15 dias deve ser aberto aos usuários. Conseguimos mais de 100 cadastros de motoristas interessados em fazer parte da plataforma. O trabalho que estamos desenvolvendo em Cuiabá é pautado agora nesta etapa de angariar os motoristas. Os 100 necessários já foram atingidos e estamos agora analisando as documentações das pessoas e dos veículos”, disse o diretor.
 
Confusão
 
Uma confusão, entre um motorista do Uber e um taxista, terminou no Cisc Planalto, na noite da última quinta-feira (05), em Cuiabá. Segundo as informações iniciais, os dois teriam discutido e o taxista teria pego o celular do rapaz. A Polícia Militar foi acionada e encaminhou as partes até a delegacia. O fato foi registrado em frente ao Shopping Três Américas.
 
O motorista do Uber, que preferiu não se identificar, disse em entrevista exclusiva ao Olhar Direto que foi surpreendido pelo taxista: “Eu estava em frente ao Shopping Três Américas esperando um passageiro e ele se escondeu, veio pela lateral do veículo, colocou a mão dentro do carro e pegou o meu celular”.
 
Depois disto, o taxista teria corrido para junto de outros dez colegas: “Ele foi para lá com o meu celular e ficou me chamando para ir no meio deles, perguntando se eu era homem para ir pegar. Sai dali e fui atrás da polícia. Quando deram voz de prisão para o taxista, ele ameaçou e falou que daqui pra frente, se encontrarem um Uber, vão atacar”.
 
Queda de 30%
 
Com queda de 30% na procura de passageiros, os taxistas de Cuiabá tem buscado maneiras de legais para impedir o funcionamento do Uber na cidade, apontando a plataforma como responsável pela baixa demanda registrada. O número, divulgado pouco menos de um mês após a implantação do aplicativo, afeta 604 motoristas que atuam na Capital e foi repassado recentemente, pelo vice-presidente do Sindicato dos Taxistas de Cuiabá, Adailton Lutz Bispo.
 
Uber
 
A gerente de comunicação do Uber, Letícia Mazon afirmou ao Olhar Direto que a empresa oferece todo suporte aos parceiros e que situações parecidas já foram superadas em outros estados. “A falta de regulamentação não implica em irregularidade. É muito natural que a inovação surja antes da inovação, então este é um processo esperado e inevitável. Além do mais, existe uma lei federal de mobilidade urbana que permite o funcionamento do serviço no âmbito privado.”
 
A empresa reforçou ainda que A Justiça já reiterou diversas vezes que a Uber é legal no Brasil, uma vez que os motoristas prestam o serviço de transporte individual privado, que tem respaldo na Constituição Federal e é previsto em lei federal (Política Nacional de Mobilidade Urbana - PNMU Lei Federal 12.587/2012). Em setembro deste ano o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo declarou a inconstitucionalidade da Lei 16.279/2015, que buscava proibir o serviço de transporte privado realizado por meio de aplicativos como a Uber.
 
Com tarifas que partem do mínimo de R$ 2,50, aos quais se somam os valores de R$ 1,20 por Km rodado e R$ 0,15 por minuto, o serviço também garante oferecer segurança ao passageiro. Para isso oferecer suporte com orientações aos usuários, a opção de corrida compartilhada, na qual uma pessoa próxima ao cliente pode monitorar sua corrida, e um rigoroso sistema de avaliação de motoristas que passageiros.
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