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Ser policial era sonho de infância, conta militar que socorreu acidentado na chuva

Da Redação - Lázaro Thor Borges

A imagem de um policial militar protegendo um homem acidentado, durante uma forte chuva em Cuiabá, na avenida Tenente Coronel Duarte, chamou a atenção durante o último final de semana. A imagem viralizou nas redes sociais como um  bom exemplo, mas para o policial responsável pelo ato, o soldado César Pereira da Silva Costa, o que aconteceu é, na verdade, algo muito comum e rotineiro e que nem sempre tem o reconhecimento devido.

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“Esse é o papel da Polícia: servir e proteger. Fico feliz pelas pessoas terem visto e reconhecido, mas isso é algo normal dentro da Polícia Militar. Eu prefiro levar essa imagem por todos os outros policiais que tomam atitudes assim, mas que nem sempre são reconhecidas”, comenta.

De fato o caso seria uma ocorrência “normal” se um dos espectadores do fato não tivesse registrado tudo. Em uma foto trêmula, César aparece de costas, no meio da avenida e debaixo de uma chuva enviesada que caía pela cidade. A moto do rapaz socorrido aparece logo atrás do soldado, encostada na calçada. Em segundo plano, a figura das pessoas no ponto de ônibus encolhidas para fugir da água parece sugerir que pouca gente se importava com o homem no chão. César, no entanto, desmente o que a imagem sugere.

“Quando nós estávamos lá apareceu um senhor que cedeu o guarda-chuva. Sempre tem um popular que nos ajuda. Há algumas semanas, em uma ocorrência de um acidente, tinha um pessoal cuidando de um moço que tinha caído de moto, e lá também chovia”, conta o policial.

Vocação e família

Além do senhor que ofereceu o guarda-chuva, a imagem também não revela os dois outros oficiais que estavam na viatura e o ajudaram a atender o homem acidentado. Um deles, o tenente James Alves, foi quem chamou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Os três policiais esperaram por 20 minutos até a ambulância chegar.

Ele conta que está há um ano na polícia. Explica que sonhava desde em criança em ser policial e que tem realizado diariamente o seu sonho de infância. O soldado lamenta que as pessoas ainda se espantem com atitudes como estas. Para ele, a grande culpa disso é o fato de a polícia ter uma imagem repressiva e agressiva em relação aos cidadãos.

“Nem todo mundo pensa assim da polícia, mas a gente sabe que tem muita gente que pensa. Cabe a nós policiais mudarmos isso diariamente. Quando a gente trabalha a gente pensa na nossa família e para eles que eu quero dar bons exemplos”, comenta.

Aos 27 anos, Costa é pai de três filhos. “Dois de ‘criação’ e uma de 2 anos”, explica. É para os três que o soldado dedica o seu trabalho. E, para além deles, os colegas que também “se reconheceram” uma vez que passam por histórias como esta diariamente. 
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