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Funcionário usa R$ 500 mil do Banco do Brasil em resgate; GCCO investiga sequestro

Da Redação - Wesley Santiago

A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) investiga o pagamento de um sequestro, por um funcionário do Banco do Brasil, em Campo Verde (134 km de Cuiabá). O homem teria utilizado R$ 500 mil do próprio banco para pagar o resgate. O delegado Flávio Stringueta explicou ao Olhar Direto que o caso está sendo investigado e não descarta que a situação possa ter sido armada: “Isso coloca a pessoa que fez o pagamento também como suspeita”.

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“Nós ainda não identificamos os suspeitos. O tesoureiro teve a mulher sequestrada e, segundo ele, foi obrigado a sacar o dinheiro. Porém, a conduta nos atrapalhou muito, já que a polícia só foi avisada depois do pagamento do resgate. Isso é incorreto, existe uma recomendação do setor de segurança do próprio Banco do Brasil”, explicou o delegado.
 
O delegado ainda comenta que o tesoureiro não tem autorização e nem direito de pegar o dinheiro do banco para fazer o pagamento de um resgate: “Não sabemos se ele teve auxílio de alguém. Isso acaba colocando a pessoa que fez o pagamento como suspeito. Investigamos ainda se, de fato, houve o sequestro. Não faz nenhum sentido eles terem entregado o dinheiro, caso tenha mesmo acontecido este crime”.
 
“É totalmente inconveniente para a investigação o pagamento do sequestro, seja qual caso for. Isto é ruim para o próprio banco, o pagamento do resgate expõe todos os gerentes, porque os criminosos vão começar a acreditar que sequestrando os familiares, conseguirão dinheiro”, acrescenta Stringueta.
 
Porém, o delegado também não descarta a participação da mesma quadrilha que fez a esposa de um gerente de um banco de Paranatinga refém. As supostas vítimas já foram ouvidas e não apresentaram contradições no depoimento. O prazo legal para finalizar o inquérito é de 30 dias, que pode ser prorrogado: “É algo que pode demorar bastante, pela complexidade”.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Banco do Brasil, que informou que "o banco prestou e continua prestando todo o apoio à família, que já se encontra em segurança. O BB não comenta sobre o caso, já que as informações são repassadas exclusivamente aos órgãos de investigação competentes. O BB tem colaborado com as autoridades policiais para ajudar no processo de investigação".

Outro caso
 
Sequestrada junto a seu filho recém-nascido, a esposa de um gerente de banco identificada como R.C., de 29 anos, conseguiu fugir do cativeiro com a criança, na cidade de Primavera do Leste (240 km de Cuiabá), na terça-feira (07). As vítimas moram em Paranatinga e tiveram a casa invadida pelos criminosos, que as levaram para um cativeiro improvisado em meio a uma plantação de soja na cidade vizinha.

Atualizada às 09h21 do dia 16/02/2017.
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