Desconhecimento do que ocorria na gestão interna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, exigência de que fosse cumprida a Constituição e deficiência na fiscalização estão entre os itens citados pelos ex-deputados que não receberam o ‘mensalinho’, revelado em juízo pelo ex-deputado José Geraldo Riva (sem partido).
“Eu não sei porque é que não roubar passa a ser notícia no país. O eleitor tem que votar sem querer vantagem, em troca [do voto]. E, assim, passará a eleger políticos comprometidos com a sociedade brasileira, a partir da base”, observou o ex-deputado e ex-prefeito Otaviano Pivetta (PSD), de Lucar do Rio Verde, que exerceu mandato de fevereiro de 2007 até fevereiro de 2010.
Leia Mais:
- Riva confessa compra de vaga no TCE e diz que deputados recebiam mensalinho nas gestões de Dante, Maggi e Silval
- Riva associa mensalinho a gestão Dante e Thelma rebate acusações: ele só quer colocar a culpa em alguém
Otaviano Pivetta ponderou que, embora fosse adversário, sempre teve diálogo respeitoso com José Riva e até o aconselhou. “Eu lhe disse: cumpra Constituição. Dê publicidade onde aplica cada centavo da Assembleia, porque, se estiver fazendo coisa errada, quando a bomba estourar lá na frente, verá que não tem um amigo para ajudá-lo [a dividir a culpa] nisso tudo”, afirmou Pivetta, para a reportagem do
Olhar Direto.
Já a ex-deputado Professora Verinha Araújo (PT) lembrou sua atuação voltada para a coletividade, sem tempo de se preocupar com questões individuais. “Eu nunca soube [com absoluta certeza] da existência disso [mensalinho]. Nem tinha tempo, porque sempre trabalhei em prol do coletivo e, por causa disso, era obrigada a percorrer os municípios”, assegurou ela.
Verinha Araújo disse que a bancada do Partido dos Trabalhadores era bastante combativa, rejeitando qualquer benesse. Também compunha a bancada o deputado Ságuas Moraes (PT), hoje deputado federal. “Por vezes, [a bancada do PT] era deixada de lado até mesmo da reunião do Colégio de Líderes, que define a pauta de votação. Nunca soube
Dois mandatos na Assembleia – 2003-07 e 2007-11 – não permitiram a Ságuas Moraes, hoje deputado federal, saber de nada. “Nunca recebi convite para isso [participar do esquema]. Eu nunca procurei captar recursos que não fossem constitucionais. Havia muito ‘zumzumzum’, mas eu procurava não ficar sabendo destas coisas”, resumiu Ságuas.
A reportagem do
Olhar Direto não foi atendida apelo ex-deputado e atual prefeito Zé Carlos do Pátio (SD), de Rondonópolis, nem pelo ex-deputado Chico Daltro. A reportagem apurou que Chico Daltro estaria em viagem, sem data prevista para retornar a Cuiabá.