Imprimir

Notícias / Cidades

PM identifica dois grupos de WhatsApp que fomentam ‘Desafio da Baleia Azul’ em MT

Da Redação - Wesley Santiago

O 10º Comando Regional de Vila Rica (1.270 de Cuiabá) identificou pelo menos dois grupos de WhatsApp que fomentam a prática do ‘Desafio da Baleia Azul’, um ‘jogo’ onde o objetivo é fazer com que os adolescentes realizem uma série de missões chocantes e, no fim, tirem a própria vida. Os jovens participantes estão sendo monitorados pelas autoridades, que acompanham o caso. A pena para quem induzir, instigar ou auxiliar ao suicídios é de dois a seis anos. Uma jovem de 16 anos se matou na manhã de terça-feira (11) e a suspeita é que tenha sido por conta do desafio.

Leia mais:
Desafio Baleia Azul: coordenadora do CVV orienta família a observar adolescentes e manter diálogo
 
Conforme as informações do 10º Comando Regional da Polícia Militar, foram identificados pelos menos dois grupos de WhatsApp no município de Vila Rica com participação de jovens que trocam experiências sobre o desafio. A PM ainda alerta para que “responsáveis de crianças e adolescentes devem ficar atentos aos detalhes, e ao menor sinal de que o menor está sendo influenciado por outras pessoas a realizar práticas que possam levar ao suicídio, devem imediatamente informar as autoridades policiais”.
 
Ainda conforme a polícia, a pena para quem induzir, instigar ou auxiliar ao suicídios é de dois a seis anos de prisão, se o suicídio for consumado ou reclusão, de um a três anos, no caso da tentativa que resulta em lesão corporal de natureza grave. A pena é duplicado se existir um motivo egoístico ou se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
 
Para a coordenadora da Regional Centro Norte do Centro de Valorização da Vida (CVV), Isaura Titon, o suposto desafio da Baleia Azul é extremamente preocupante e os responsáveis por instigar o suicídio de adolescentes devem ser responsabilizados criminalmente. Isaura avalia que de modo geral a observação dos familiares e dos amigos é fundamental para a prevenção ao suicídio. "Muitas vezes os adolescentes buscam um aceitação de outro grupo.  Nossa orientação é de que a família faça essa acolhida, que amplie o diálogo, que fortaleça as relações", assevera.
 
‘Desafio da Baleia Azul’
 
Ainda não se sabe ao certo onde o ‘jogo’ teria se iniciado. Porém, acredita-se que ele venha da Rússia. O desafio funciona da seguinte forma: o ‘curador’ (controlador do jogo) envia diariamente, por 50 dias, um desafio, sempre às 4h20 da madrugada, para um grupo de pessoas, sob a pena de serem expostas na rede.
 
Os jogadores, que estão sendo controlados, devem postar em suas redes sociais uma prova de que completou o desafio. Ao todo, são 50 tarefas, sendo que na última a pessoa precisa tirar a própria vida. No Youtube, diversos vlogers já ‘aderiram’ ao ‘Desafio da Baleia Azul’ e incentivaram seus seguidores fazê-lo.
 
Desenhar uma baleia no corpo com faca ou gilette, passar horas ouvindo músicas psicodélicas e virar a noite vendo filmes de terror são alguns dos desafios propostos do jogo, onde o desafio é lançado em grupos todos os dias. 

Morte

A Polícia Judiciária Civil (PJC) investiga a morte de uma adolescente de 16 anos, identificada como M.F.S.O., encontrada morta dentro de uma lagoa na cidade de Vila Rica (1.259 km de Cuiabá), na manhã desta terça-feira (11). Existe a suspeita de que a menina tenha cometido suicídio por conta de um jogo chamado de ‘Desafio da Baleia Azul’, onde o objetivo é fazer com que os adolescentes realizem uma série de missões chocantes e, no fim, tirem a própria vida.

CVV

O atendimento é 24h pelo telefone 141 (Cuiabá e Várzea Grande) e (65) 3321-4111 (interior de Mato Grosso). Todos os atendentes são voluntários que atuam em diversas áreas, mas que têm em comum a vontade de ajudar e ouvir.
 
O CVV recebe, em média, 14 ligações por dia, seja de manhã, à tarde, à noite ou de madrugada. O perfil de quem liga no CVV não é padrão. São pessoas de todas as idades, classes sociais e filosofias de vida. O que todas elas têm em comum é a necessidade de falar. Contar suas angústias, tentar aliviar a solidão, o sentimento de vazio e a depressão.
 
O centro tem cerca de 48 voluntários. Todos passam por extensivos cursos para aprender a não julgar as pessoas, mesmo que indiretamente. Mesmo que não se concorde com o que a pessoa que ligou diz ou quer fazer, deve-se demonstrar compreensão, aceitar sem julgamento e, principalmente, ouvir.

O CVV também oferece atendimento pessoal. É só ir até a sede, na Rua Comandante Costa, nº 296, Centro, e tocar a campainha. Um voluntário plantonista fará o atendimento em uma cabine. O atendimento é diário, das 8h às 18h.
Imprimir