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Associação vê citação de Maggi em delações da Odebrecht como "escalada perversa" para prejudicar ministro

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) emitiu nota de apoio ao ministro da Agricultura e senador mato-grossense Blairo Maggi (PP), por conta da citação de seu nome nas delações premiadas da “Operação Lava Jato”, feitas pelos ex-executivos da Odebrecht. A nota, publicada neste sábado (15) na 8ª edição do informativo Esportes Equestres, parabeniza o político por sua atuação para reverter a crise gerada pela “Operação Carne Fraca”, da Polícia Federal (PF).

Maggi é suspeito de ser o destinatário de um pagamento de R$ 12 milhões durante sua campanha à reeleição ao governo de Mato Grosso, em 2006, de acordo com delatores da Odebrecht.  

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“Acompanhamos com indignação essa absurda onda contra o ministro da agricultura, Blairo Maggi”, abre a nota da ABQM. A onda, segundo a nota, seria “o envolvimento de seu nome em acusações de criminosos confessos e desprovidos de qualquer prova”.

Para a associação, as acusações contra o político mato-grossense indicam escalada perversa e profundamente prejudicial ao esforço que Blairo Maggi tem feito pelo sucesso do agronegócio no Brasil”.

A nota é assinada pelo presidente da ABQM, Fábio Pinto da Costa.  
 
O pedido de investigação contra Blairo Maggi foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin e foi tomado após análise da denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Maggi foi citado pelos delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto. No relato para o MPF, ele afirma que Maggi teria recebido R$ 12 milhões durante campanha em 2006 ao governo de Mato Grosso. Os pagamentos foram registrados no Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
 
O delatores garantem que o ministro tinha o apelido de "Caldo" dentro do sistema de propinas da empresa. O Grupo Odebrecht detinha créditos em relação aos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, decorrentes de obras públicas. Entretanto, não conseguiam receber porque os valores não eram honrados por causa da falta de verba nos estados.
 
Os delatores citam que um "agente público estadual" de Mato Grosso teria solicitado pagamento de "vantagem indevida" para ajudar no recebimento dos créditos. De acordo com os relatores, os valores recebidos seriam repassados, a pretexto de contribuição eleitoral, em favor da campanha de reeleição de Maggi.
 
O outro lado:

Íntegra da nota do ministro:

 
Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me defender. Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei sequer do que sou acusado. Mesmo assim, gostaria de esclarecer que:
 
1.    Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais.
2.    Não tenho ou tive qualquer relação com  a empresa ou os seus dirigentes.
3.    Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado.
 
Blairo Maggi
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