Imprimir

Notícias / Política MT

Blairo Maggi assegura que jamais recebeu dinheiro da Odebrecht e que Éder não participou de sua campanha

Da Redação - Ronaldo Pacheco e Jardel Arruda

Principal líder de Mato Grosso investigado na Operação Lava Jato, o ministro da Agricultura e Pecuária, senador Blairo Maggi (PP), assegurou que jamais recebeu qualquer doação de campanha da construtora Odebrecht e que o então presidente da Agência de Fomento do Estado (MT Fomento), Éder Moraes Dias, nunca participou de sua campanha à reeleição, em 2006. “Tenho certeza que esse dinheiro nunca chegou na minha campanha porque nunca ninguém, absolutamente ninguém perto de mim falou sobre esse assunto”, afiançou Maggi, nesta terça-feira (18).
 
Leia mais:
- Blairo Maggi garante que não recebeu doação da Odebrecht e assegura estar com a consciência tranquila

- Luiz Pagot rebate acusações da PGR e diz que podem ter usado o nome de Maggi indevidamente

Blairo Maggi ficou impressionado com a velocidade com que teve seu nome envolvido na Lava Jato e com que foi julgado pela opinião pública. E pede tempo para demonstrar a realidade dos fatos, a partir da autorização do ministro Edson Fachin, do STF, para que seja investigado. “O então presidente da MT Fomento [Eder Moraes] nunca fez parte da campanha eleitoral; nunca fez parte de nenhuma coordenação; nunca fez parte da arrecadação e não tinha qualquer função dentro da campanha eleitoral. Não tinha qualquer participação na campanha eleitoral de 2006. Isso [doação de R$ 12 milhões] não é verdadeiro”, pontuou o ministro da Agricultura.
 
O senador mato-grossense do PP lembrou que demorou algum tempo – quase uma semana – para se manifestar porque precisa buscar informações, principalmente números sobre pagamentos efetuados pelo governo de Mato Grosso para a Odebrecht. Ele lembrou que, em fins de 2006, já após as eleições, o então secretário de Estado de Infraestrutura, Vilceu Francisco Marchetti (in memorian), reconheceu uma dívida de R$ 21,14 milhões com a construtora Odebrecht te fez acordo para pagar em seis parcelas. “Pude apurar no Fiplan [portal financeiro de Mato Grosso] que até o mês 4 [abril] de 2007, pagou-se 18,4 milhões para a Odebrecht”, explicou Maggi, em entrevista à Rádio Capital FM.
 
“Eu até demorei um pouco para conversar com a imprensa  porque preciso saber de algumas informações. Eu jamais... jamais pensei estar em uma lista dessa, porque eu nunca tive relações com essas pessoas. E eu continuo com a mesma tese. Eu nunca tive relações com eles. Nunca me mandaram dinheiro de campanha, nunca autorizei cobrar dinheiro de ninguém”, asseverou o ex-governador e atual senador.
 
Maggi lamentou  o fato de ter sido  citado pelos delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, da Odebrecht, tenha mais valor que os documentos apresentados por sua defesa. “É uma questão para mim absolutamente nova! E eu preciso buscar todos os dados. O que Ministério Público fez até agora foi construir uma narrativa e me colocar dentro de uma situação em que parece, que deixa transparecer, que eu sou a pessoa investigada nesse assunto. Eu, sinceramente, não acredito nisso”, sintetizou Blairo.
 
Confessando-se magoado e com coração ferido, ele lembrou que não existe sequer inquérito para investiga-lo, apesar do pirotecnia midiática. “Não há nem inquérito até agora. Existe um pedido de investigação. Nós teremos que demonstrar ao longo desse início do inquérito ou durante ele. Eu quero acreditar que vá ser arquivado, porque não há nada que ligue [a minha campanha eleitoral]. Só a palavra de um, a palavra de outro com a palavra de outro. Nunca houve contato. Eles mesmo admitem que nunca houve contato comigo”, declarou o senador.
 
“Eu fui pego completamente de surpresa. Uma situação inusitada! Muito ruim! Desmonta a gente e desmonta as pessoas. Eu estou absolutamente derrotado internamente! Tenho feito um esforço gigante para poder estar de pé, estar trabalhando e fazendo os enfrentamentos. Mas isso faz parte da vida, não tem como a gente fugir desses assuntos”, ponderou o o ministro da Agricultura.
 
A confiança de Maggi é de que, na busca de provas, sua inocência seja facilmente provada. “Agora vão haver investigações, vão buscar materialidades. Espero que ao final de cada uma das etapas que ocorrerem daqui para frente, eu consiga sair disso ainda na primeira. Porque é muito desconfortável. Eu estou muito chateado, mas tenho que responder, não há o que fazer”, complementou Maggi.
Imprimir