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Wilson Santos defende que Consórcio não é único culpado pelos problemas da obra do VLT

Da Redação - Érika Oliveira

Quase dez dias após retomar suas funções junto à Assembleia Legislativa, o deputado Wilson Santos (PSDB) está fazendo jus ao que prometeu quando deixou o comando da Secretaria de Cidades: defender a conclusão do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Nesta terça-feira (18) o tucano afirmou que mudou seu posicionamento quanto à continuidade das obras do modal, depois de ter acesso a documentos que teriam lhe mostrado que o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande não foi o único responsável pelos problemas para a implantação do trem.

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“Estudo, conhecimento, acesso aos documentos, acesso ao contraditório, isso me fez mudar muitos aspectos do que eu pensava. Eu não tenho compromisso com o erro, nós somos um ser em evolução. A medida em que você se depara com novas informações, eu não vejo nenhum problema de mudar. E, principalmente, quando a opinião pública sinaliza que quer a conclusão dessa obra”, afirmou Wilson Santos.

De acordo com o deputado, a equipe designada pelo governador Pedro Taques (PSDB) para estudar a viabilidade da retomada das obras do VLT se debruçou durante quatro meses nos resultados da auditoria da KPMG.

A conclusão, segundo Wilson Santos, seria de que o Governo do Estado – à época comandado por Silval Barbosa – seria responsável por parte dos problemas que impediram a empresa de dar andamento à construção do VLT.

“Há muita controvérsia. Por exemplo, quando eu participei da CPI eu não sabia que o Consórcio havia trabalhado por 8 meses sem receber um tostão. Quando nós sentamos na mesma mesa com eles isso foi exposto e provado. Eu não sabia que o principal responsável pelo não andamento das obras era o Estado, eu soube quando vi o relatório da KPMG”, disse.

Conforme Wilson Santos, sua volta para a Assembleia Legislativa tem como principal objetivo “provar” para os demais parlamentares que o VLT é uma opção segura para a Grande Cuiabá e, quem sabe assim, fazer com que os deputados também possam “mudar de ideia”.

Nesse sentido, o maior desafio do tucano será enfrentar o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa que, segundo o deputado Oscar Bezerra (PSB), que presidiu os trabalhos da Comissão, sugere a nulidade do contrato firmado entre o Governo e o Consórcio.

“A intenção do Governo não é de reprovar o relatório. A nossa intenção é debater e trazer esclarecimentos, trazer documentos. Vou entregar ao deputado Oscar todo o projeto executivo, que foi uma solicitação dele. São 15 CDs, todas as plantas de todo o conjunto do VLT, ele me pediu e eu estou trazendo. Hoje conheço esse assunto com muito mais profundidade do que quando participei da CPI na condição de membro suplente”.

Embora tenha feito parte da Comissão, o deputado disse que só teve acesso ao relatório final produzido pela CPI na noite desta terça-feira. Todavia, Wilson garantiu que o novo acordo firmado entre o Governo e o Consórcio VLT não deverá implicar no que propõe o documento.

“Tivemos uma reunião no colegiado de líderes, quando eu fiz um pedido para o presidente Botelho para que possa permitir que eu tenha acesso a esse relatório. A princípio, pelas entrevistas que eu tenho acompanhado do presidente Eduardo Botelho e do presidente da CPI, o deputado e colega Oscar Bezerra, eu não vejo grandes conflitos. A maioria das sugestões foram acatadas no termo de acordo”, afirmou.

O acordo firmado entre o Governo e Consórcio – no valor de R$ 922 milhões – prevê a retomada das obras do VLT já no próximo mês. Se homologado pelo Ministério Público, parte do trem deverá estar em funcionamento até o final de 2018.
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