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Adeus a Jorge Moreno tem ênfase ao seu carisma, paixão por Cuiabá e capacidade rara de aproximar adversários

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

Familiares, parentes, amigos, jornalistas, políticos e empresários compareceram à Capela Jardins – área central de Cuiabá, para o último adeus ao jornalista Jorge Bastos Moreno, 63 anos, morto nesta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. Ele será sepultado às 14 horas,  no Cemitério da Piedade, o mais antigo da Capital.

Moreno foi repórter e colunista do jornal ‘O Globo’ por mais de três décadas e morreu com edema agudo de pulmão, decorrente de complicações cardiovasculares. “Vai ser difícil viver sem ele. Sem o seu apoio e os seus conselhos sábios”, afirmou Aristeu Bastos Moreno, 67, o único irmão ainda vivo. “Ele sempre se deu bem em contar histórias e teve incentivo do nosso pai. Ele sabia traduzir o linguajar cuiabano”, emendou Aristeu, amparado por sua esposa, dona Lucimar Cristina, 59.
 
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O prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) afirmou que Bastos Moreno era o verdadeiro embaixador da culinária de Cuiabá. “No difícil e concorrido cenário da comunicação, se destacou e orgulho a nossa terra e a nossa gente. Homem de carisma e fino trato”, pontuou Pinheiro, para a reportagem do Olhar Direto.
 
Amigo da família, o secretário de Estado das Cidades (Secid), deputado Wilson Santos (PSDB), disse que Jorge Moreno sempre soube criticar sem atingir o lado pessoal. “Era um algodão entre cristais. Sempre soube criticar sem machucar”, observou Wilson.
 
O ex-governador e ex-senador Júlio Campos (DEM) lembrou do trânsito de Moreno entre as diferentes matizes ideológicas, no país. “Tinha a capacidade de fazer amizades e unir desafetos”, argumentou Júlio Campos.
 
O secretário de Inovação e Comunicação de Cuiabá, jornalista José Roberto Amador, o Bebeto, lembrou a qualidade de criar e preservar as suas fontes. “Sempre tinha as melhores fontes e recebia informações exclusivas de bastidores”, citou Bebeto Amador.
 
A empresária Luciana Leite, viúva do jornalista e marqueteiro Paulo Leite, lembrou da paixão de Jorge Moreno pela culinária mato-grossense, principalmente pescado.  “Do Aeroporto de Brasília, já ligava avisando que estava chegando e que tinha mandado os peixes”, lembrou Luciana Leite, enfatizado sua preferência por pescado de água doce.
 
Os deputados federais Fábio Garcia e Adilton Sachetti, ambos do PSB, compareceram ao velório. “Certamente é o mais notável jornalista que saiu de Cuiabá para vencer, fora de Mato Grosso, no concorrido mercado da comunicação do Brasil”, sintetizou Garcia.
 
O advogado Renato Gomes Nery, ex-presidente da Seccional de Mato Grosso da OAB, amigo da família, enalteceu a capacidade do jornalista em ter a informação em primeira mão. “O Moreno não procurava as notícias. Eram as notícias que o perseguiam”, observou Renato Nery.
 
Jorge Moreno nasceu no dia 23 de abril de 1954, em Cuiabá, e se mudou para Brasília no final da década de 1970. Começou a trabalhar no jornal O Globo em 1982. Dois anos depois, saiu do jornal para trabalhar na revista Veja, mas voltou para o jornal impresso em 1985.

Em 1989, saiu novamente do O Globo, também por um ano, para trabalhar na campanha de Ulysses Guimarães à Presidência. Voltou ao jornal em 1990, onde trabalhou até a morte. É autor dos livros ‘Ascensão e queda de Dilma Rousseff’ (Editora Globo) e ‘A história de Mora - a saga de Ulysses Guimarães’ (ISBN).
 
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