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Leitão diz que provas contra Lula são cabais, Jayme defende prudência em condenação

Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda / Da Redação - Érika Oliveira

Dois dos principais nomes da política mato-grossense, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e o secretário de Assuntos Estratégicos de Várzea Grande, ex-senador Jayme Campos (DEM), se manifestaram sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Líderes de seus respectivos partidos, Leitão considerou as provas contra Lula incontestáveis, já o democrata disse que ninguém deve ser condenado por antecipação e afirmou que muita água ainda vai rolar debaixo desta ponte.

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“Eu avalio que as instituições estão funcionando e tem que fazer aquilo que todo mundo já aguardava. As provas são cabais, nenhum brasileiro em sã consciência, que viu tudo, todas as provas, vai dizer que o apartamento não é dele, que o sítio não é dele. É conversa pra boi dormir, o Moro entendeu, deu a sentença”, considerou Nilson Leitão.

“Tudo é possível, entretanto, a condenação dele foi de primeira instância. Ele tem o direito de recorrer pelo TRF, que é a instância superior. E quero crer que ninguém pode ser condenado por antecipação. Eu acho que da forma que está, o que se desenha, é de que o prazo para expirar estes recursos dele vai muito tempo, um julgamento na segunda instância do TRF é de no mínimo, se tudo correr bem, 10 ou 12 meses”, avaliou Jayme Campos.

A condenação de Lula integra o processo em que o petista foi acusado pela força-tarefa da Lava-Jato de receber propina da OAS, uma das empreiteiras do chamado clube do bilhão, que se refestelou nos últimos anos com contratos bilionários na Petrobras.

Entre as vantagens recebidas por Lula, segundo a acusação, está um apartamento tríplex no balneário do Guarujá, em São Paulo.

Assim como o governador Pedro Taques (PSDB), que é de seu partido, Leitão considerou a condenação de Lula um “marco” na história da política do Brasil. É a primeira vez que um ex-presidente do Brasil é condenado por corrupção.

Para o deputado, o que pesa neste caso é a alta popularidade do ex-presidente. Neste ponto, Jayme Campos concorda com Leitão, e conclui que ao invés de sair prejudicado, Lula pode sair ainda maior com relação a opinião pública.

“É um marco, é o primeiro da história, então é claro que isto pesa, nem Color foi condenado, nem Sarney foi condenado, ele é o primeiro. Falou muito, mentiu muito, enganou muito, chega uma hora que tem que vir às claras, né?! A diferença é que ele é ex-presidente e tinha uma popularidade enorme, hoje ele tem 50% da população que nega ele e tem 50% que às vezes aprova”, disse Leitão.

“Eu acho que ainda tem muita água para correr debaixo da ponte, em função de todas as acusações, de todos os escândalos que continuam surgindo a cada dia. Tudo isso nós temos que aguardar para que no ano que vem, de fato, nós saibamos quem será candidato, seja de oposição, seja de situação, seja de esquerda, centro de esquerda...”, concluiu Jayme Campos.
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