Imprimir

Notícias / Cidades

Atleta cuiabano celebra a vida do filho e conta como foi ver o bebê ser ressuscitado

Da Redação - Fabiana Mendes

“Eu filmava o parto e vi meu filho nascer morto”, conta o atleta do Cuiabá Arsenal Moisés Ferreira Salomão, de 33 anos que assistia o parto do filho Nicolás Moisés Ferreira em março de 2003, quando percebeu que ele estava roxo e sem vida. Após alguns minutos que os médicos permaneciam tentando reanimá-lo sem sucesso, Moisés fez uma oração e prometeu que se Deus permitisse que o filho vivesse, jamais o deixaria só. “Quando terminei essas palavras, meu filho puxou um fôlego de vida. Desabei e de joelhos agradeci”, explica.

Leia Mais:
Dia dos pais deve incrementar em até 25% demandas dos Shoppings; Sicredi alerta para consumo consciente

 
Moisés contou ao Olhar Direto que neste dia dos pais a mesa estará cheia de comida e também de agradecimento a Deus pela vida de sua família. “Apesar de que dia dos pais pra mim é todos os dias, desta vez se será especial pois estarei com meus filhos todos juntos. Mesa cheia e agradecimentos a Deus por nossas vidas e muita comilança”, explica.
 
Hoje com 13 anos, Nicolás e seu irmão caçula de nove anos Lucas Moisés Ferreira estão sempre com o pai. Moisés é cuiabano e jogador do Cuiabá Arsenal desde 2015, onde atua na linha ofensiva.  A promessa feita no dia do nascimento e cumprida até hoje. Como forma de manter este vínculo ele usa duas ferramentas: a religião e o esporte (jiu-jitsu e futebol americano).
 
Ele conta que faz de tudo para estar sempre com os filhos. “Nós frequentamos colégio dominical para estudar a bíblia, vamos aos cultos e praticamos esportes. Isso tudo ensina como lidar de forma respeitosa com as pessoas, a ser disciplinado, a se dedicar e a fazer por merecer. Desde a infância sempre estive junto. Onde eles estão eu também estou”, ressalta.
 
Os torcedores do time sempre veem os filhos com o pai. Eles participaram de todos os sete jogos da temporada 2016 do Cuiabá Arsenal. Das cinco vitórias que levaram ao título de bicampeão estadual de futebol americano e das duas vitórias pela Superliga Nacional, do campeonato brasileiro da modalidade. O pai como jogador e os filhos como apoio.
 
Moisés conta que nos Estados Unidos a grande parte dos atletas vem de escolas cristãs que procuram implantar o futebol americano para ajudar na educação. Apesar de ser pai coruja ele diz que ambos são livres em suas escolhas. “Deixo meus filhos livres para escolher. Eles decidem como se comportar. A gente nunca colhe o que não plantou. Eu tive que me esforçar muito para estar no time principal. E meus filhos fazem o mesmo. Estão junto com o time para aprender. Veem como tudo funciona, estudam e se encaixam em outras funções. Hoje eles servem para um dia serem servidos. É assim que a vida funciona. Dar para receber. Um dia vão lembrar-se disso, valorizar essa função de garoto da água e quem estiver nela”, conta.



Nícolas treina para jogar como linebacker e Lucas aprende tudo para ser quarterback. Ambos cursam o ensino fundamental e acompanham o futebol americano jogado no Brasil (Superliga) e nos EUA (NFL – National Football League). Tem o pai como super-herói e veem a prática do esporte como lazer, educação, saúde e como forma de criar laços de amizade e memórias em família. E os três dão boas risadas juntos ao relembrar das viagens, brincadeiras, vitórias e derrotas. “Sempre gostei de esporte de contato. E vi no futebol americano os caras se arrebentarem se bater e voar uns sobre os outros. Falei, vou praticar isso. Mas com o tempo vi que era diferente do que pensava. Tinha que estudar estratégias, técnicas de como se posicionar, como se mover, como dar um tackle (bater) no adversário e uma infinidade de detalhes. Hoje não tenho idade para o time principal, mas ajudo a carregar água. Planto para colher. Começar de baixo e crescer. Assim sei que quando estiver no campo alguém vai me apoiar do lado de fora”, pensa Nícolas.
Imprimir