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Ex-governador deu R$ 60 mil para policial e foi avisado de operação quando estava prestes a ser preso

Da Redação - Wesley Santiago

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi avisado por policiais civis da Delegacia Fazendária (Defaz) que seria preso na ‘Operação Sodoma’. A informação consta na delação do irmão do ex-chefe do Executivo, Antônio Barbosa. Além disto, um deles teria ainda recebido R$ 60 mil do peemedebista para custear um tratamento médico entre 2013 e 2014. O delator não soube informar o nome dos acusados, mas disse que eles eram conhecidos como ‘Cabeção’ e ‘Cabeça Branca’.

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Segundo os documentos da delação, Antônio foi procurado em dezembro de 2012 pelos dois policiais, pedindo para que houvesse uma reunião deles com o ex-governador, para tratar sobre uma investigação que estavam ocorrendo em relação ao governo. O delator não soube informar os nomes, mas garantiu que poderá identifica-los por fotos e também se comprometeu a entregar os números deles.
 
Entre 2013 e 2014, o policial identificado como ‘Cabeça Branca’ teria solicitado ajuda para custear um tratamento médico. O pedido foi aceito por Silval Barbosa, que deu R$ 60 mil ao informante. O dinheiro foi repassado por Antônio, irmão do peemedebista.
 
No dia 15 de setembro, pouco antes da ‘Operação Sodoma’ ser deflagrada, Antônio foi avisado – através de um aplicativo de celular – que alguma coisa estava para acontecer na Defaz. Isso aconteceu por volta das 09 horas. Depois, às 12 horas, outra mensagem chegou ao delator, informando que existia uma operação em curso para prender o ex-governador. Após
essa segunda mensagem não houve mais contato com tais agentes.
 
À época, Silval conseguiu despistar os policiais que iriam prendê-lo. Se não tivesse sido avisado, o mandado de prisão seria cumprido dentro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), onde o ex-governador iria depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa do Mundo. Ele só se entregou dois dias depois.
 
Delação
 
As revelações trazidas pelo Jornal Nacional nesta quinta-feira (24) são apenas a ponta do iceberg. Isto porque a delação do ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa firmada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) por intermédio da Procuradoria-Geral da República contém 94 depoimentos. Outros três parentes do ex-governador firmaram acordos semelhantes, prestando 49 depoimentos para robustecer as confissões/denúncias. Junta, a família Barbosa devolverá mais de R$ 76 milhões aos cofres públicos.
 
Em decisão tomada nesta quinta-feira (24), o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo dos autos da Petição (PET) 7085, que trata da colaboração premiada do ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa, entre outros, e deferiu o pedido de instauração de inquérito.
 
De acordo com o ministro, as colaborações constantes dos autos foram firmadas no curso de operações que já são de conhecimento público, “inexistindo motivo de ordem pública que determine a manutenção do sigilo do presente feito”.
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