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Convite para Emanuel explicar vídeo de delação de Silval é indeferido na Câmara

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco/ Da Redação - Érika Oliveira

O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Justino Malheiros (PV), indeferiu o pedido feito pelo vereador Gilberto Figueiredo (PSB), que havia convidado o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), para ir até a Câmara Municipal prestar esclarecimentos sobre o vídeo em que aparece supostamente recebendo propina enquanto era deputado estadual. Para Malheiros, o prefeito não tem a obrigação de comparecer pessoalmente no Legislativo, podendo se manifestar, se assim quiser, somente por escrito.

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“Ele [Justino] alega que segundo o regimento o prefeito não tem a obrigação de comparecer pessoalmente para dar esclarecimentos. Mas o prefeito já esteve aqui na Casa em diversas ocasiões, eu não vejo impedimento, era apenas um convite. Eu quero saber o que a população inteira quer saber. O que aconteceu, o que aquelas imagens significam? Se o prefeito já tivesse esclarecido isso não teria nem a necessidade disso aqui”, declarou o autor do pedido.

Figueiredo, que se manifestou a favor da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar Emanuel Pinheiro, reforçou que vem sendo cobrado pela população. Na semana passada, em entrevista ao Olhar Direto, o vereador havia relatado uma abordagem de um eleitor, que o questionou se também havia “mensalinho” na Câmara Municipal.

O parlamentar havia, então, convidado o prefeito para ir até a Câmara prestar esclarecimentos durante a sessão plenária da última quinta-feira (31), mas o requerimento foi vetado por Justino Malheiros.

“Nove dias depois do fato acontecido, o prefeito não se manifestou até agora e isso por si só já é ruim. A Câmara também, eu acho que tem que dar uma satisfação para a sociedade, fazer o seu papel de agente fiscalizador. Mas, infelizmente, isso não ocorre e nós somos obrigados a aceitar, porque o presidente da Câmara tem autonomia para tomar essas decisões. Então, eu vou oficializar esse requerimento, porque segundo o presidente o prefeito pode se manifestar de forma escrita e, então, se for de interesse dele ele vai responder”, pontuou Figueiredo.

Entenda o caso

Emanuel Pinheiro foi filmado pelo chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Sílvio César Correa, colocando maços de dinheiro nos bolsos do paletó. Os valores, conforme narrou o ex-governador em seu acordo de colaboração premiada, seriam referentes ao “mensalinho” que era pago a deputados estaduais, a fim de garantir apoio ao Governo.

O prefeito disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que nunca recebeu "mensalinho" ou dinheiro ilícito para apoiar o governo de Silval Barbosa. Em nota, ele afirmou que "refuta toda e qualquer ilação que possa ter sido alegada com intenção de enredá-lo nas supostas práticas criminosas que teriam sido admitidas numa possível delação".

Pinheiro chegou a publicar em seu Facebook, horas depois a veiculação das imagens, que não iria se estender sobre o assunto em função do “caráter sigiloso” da delação. Todavia, mesmo com a retirada do sigilo, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, Emanuel permanece sem dar declarações sobre as gravações.
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