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Botelho garante que Silval mente por problema mental ou má fé; e que ICMS menor ao diesel não favorece empresas

Da Redação - Ronaldo Pacheco / Da Reportagem Érika Oliveira

Citado em três casos supostamente envolvendo negociações ou atos ilegais, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (PSB), afirmou que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) mentiu na delação à Procuradoria Geral da República (PGE) por sofrer das faculdades mentais ou por má fé. “Eu não sei se fez citação por confusão mental pelo tempo em que ficou preso ou por maldade. Houve várias citações indevidas a meu respeito”, observou Botelho, durante entrevista à imprensa, no Edifício Dante Martins de Oliveira.
 
Botelho se mostrou visivelmente irritado pelo envolvimento do nome do seu irmão caçula, empresário Rômulo César Botelho, e da Construtora Nhambiquaras – uma das gigantes do ramo em Mato Grosso, na delação de Barbosa, em situações suspeitas. Ele lembrou que o nome da empresa foi construído com décadas de dedicação. Rômulo presidente e um dos donos da União Transportes, e diretor da Nahmbiquaras.

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“Faça as ponderações sobre as citações pessoais que ex-governador fez a meu respeito, a respeito do meu irmão [Rômulo Botelho] e das minhas empresas, à qual eu participava; citações indevidas. Por exemplo: fala que nós doamos R$ 1 milhão para ele por conta do [contrato de asfalto do] MT Integrado. Nós não participamos do MT Integrado!”, ponderou o chefe do Poder Legislativo.
 
Sobre ter intermediado “a compra” do apoio da então deputada federal Thelma de Oliveira (PSDB), atual prefeita de Chapada dos Guimarães, para a candidatura à reeleição do próprio Barbosa. Na época, Thelma fazia parte da chapa do atual deputado Wilson Santos (PSDB), candidato ao governo pela coligação Senador Jonas Pinheiro, liderada por PSDB e DEM.
 
“Silval fala [na delação à PGR} que meu irmão articulou pagamento para  Thelma de Oliveira. Nunca existiu conversa com Thelma, nem nada a respeito disso; não sei de onde ele tirou isso”, endureceu Botelho.  
 
Sobre a denúncia de Barbosa quanto  à Integração Transportes, que presta serviço para o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), o presidente da Assembleia defendeu a idoneidade e qualidade dos serviços.
 
“A empresa presta serviços para o Departamento de Trânsito que, eu como investidor e como empresário participei, sim [da licitação], com uma empresa que até hoje presta serviço do Detran. A empresa presta serviço até hoje. Participei da empresa de junho de 2010 até julho de 2012, faltando dois anos e meio para acabar o governo Silval eu saí; está tudo declarado, no meu Imposto de Renda”, sintetizou ele, para a reportagem do Olhar Direto.
 
Eduardo Botelho tratou com ironia a delação de Barbosa de que a Nahambiquaras teria pago R$ 1 milhão de propina para assumir as obras de recapeamento da Avenida 31 de Março, no Cristo Rei, e outras vias, em Várzea Grande, no valor global de R$ 7 milhões.

“Ele fala que pagamos R$ 1 milhão pelo recapeamento da 31 de Março, no Cristo Rei. Como? O custo total era R$ 7 milhões; fez-se um convênio com a Prefeitura de Várzea Grande para que o Estado fosse o pagador. Ficou devendo! Pagou apenas R$ 2,8 milhão; portanto, acusação totalmente descabida, porque não pagou nem os trabalhos da empresa – deixou para escanteio. Não pagou nada! Simplesmente deixou jogado por baixo do tapete. Acusação não procede”, resumiu o chefe do Poder Legislativo, na coletiva.
 
Eduardo Botelho se mostrou impressionado com a denúncia de Barbosa de que teria feito lobby, com o deputado Romoaldo Júnior (PMDB), então líder do governo, pela redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o óleo diesel. “Absurda a estória da redução do ICMS do diesel. Diz que combinei com o deputado Romoaldo que votaria [a favor] das contas dele. Primeiro: tirar ICMS do diesel não gera vantagem nenhuma para a empresa; apenas para o consumidor, porque abaixa a tarifa. Segundo: Nunca estive com Sival para falar sobre isso”, detonou Botelho.
 
No bojo do acordo, Botelho teria de deixar de criticar o governo Silval e, ainda por cima, votar favoravelmente às contas de 2014 de sua gestão. “Continuei falando mal [do governo Sival] porque não combinei nada. Nem de deixar de falar mal; nem de aprovar as contas dele,   porque nunca existiu esse acordo”, respondeu ele.
 
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