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Wilson Santos diz que variação de preço de bens devolvidos por Silval é normal; Governo fará leilão

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco

A Secretaria de Estado das Cidades (Secid) está concluindo o levantamento do valor venal de referência dos imóveis dados pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em garantia à devolução de quase R$ 47 milhões ao Tesouro de Mato Grosso, como parte da sua confissão e colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Acompanhando pessoalmente passo a passo, o secretário das Cidades, deputado Wilson Santos (PSDB), explicou que cumpriu determinação da juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Ele observou que o valor declarado por Silval e o apurado pela equipe da Secid possui diferença de variação mercadológica inferior a 5%, o que é considerado normal.    
 
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“O valor declarado e o apurado apresenta uma variação de menos de 5%, foi o que constatamos. É o antigo Hotel Cascavel, nas imediações do Terminal Rodoviário de Cuiabá, imóvel em Sinop e duas fazendas”, explicou Santos.  Ele não quis comentar a destinação dos imóveis, que passam para o domínio da Secretaria de Estado de Gestão (Seges) e, provavelmente, devem a ir a leilão para apurar o montante a ser ressarcido par ao Tesouro do Estado.

“Ele comprou o antigo Hotel Cascavel e transformou em casa de amparo [para receber doentes em trânsito para tratamento de saúde]. Local possui relevantes serviços a diversos municípios”, ponderou Wilson, sobre um dos imóveis, na região Oeste da Capital.
 
O governador José Pedro Taques (PSDB) e a Seges é que vão decidir o destino dos  antigos imóveis de Silval. “Para ressarcir [o que foi compromissado judicialmente], o imóvel vem para o Estado e, então, a Seges define a sua destinação. O valor declarado é muito próximo de correto”, complementou o titular da Secid, para a reportagem do Olhar Direto.

Entenda o caso
 
Silval Barbosa firmou compromisso de delação premiada e, como parte, devolveu ao Poder Judiciário mais de R$ 46 milhões para ressarcimento aos cofres públicos de Mato Grosso. No final do ano passado, uma aeronave e cinco imóveis entregues como garantia,  para deixar o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). 
 
Os bens entregues à Justiça são um lote urbano em Sinop, 2,5 mil metros quadrados – avaliado em R$ 860 mil; uma área rural de 4,11 milhão hectares, em Peixoto de Azevedo, denominada Fazenda Serra Dourada II, avaliada em R$ 33,14 milhões; outra área rural de um 1.24 milhão de hectares, também em Peixoto de Azevedo, denominada Fazenda Lagoa Dourada I, avaliada em R$ 10,5 milhões; uma aeronave prefixo PT- VRX modelo EMB-810D, avaliada em R$ 900 mil; e um imóvel (lotes 1 e 2, Quadra 13) da Rua Amsterdam, no bairro Rodoviária Parque, em Cuiabá, avaliado em R$ 1.22 milhão – o antigo Hotel Cascavel.
 
A aeronave já foi incorporada ao patrimônio do Estado e destinada à Secretaria de Estado de Segurança Pública e vem sendo utilizada em operações policiais.
 
Para ganhar liberdade, o ex-governador Silval Barbosa confessou detalhadamente que chefiou a montagem de uma organização criminosa com a participação de seus secretários de Estado com o intuito de desviar dinheiro dos cofres públicos para pagar dívidas de campanha eleitoral e também garantir o enriquecimento ilícito dos agentes políticos.

E também serviu de base para a delação premiada firmada na Procuradoria Geral da República, com seus familiares Roseli da Cunha Barbosa (esposa), Antônio da Cunha Barbosa  (irmão) e Rodrigo da Cunha Barbosa (filho), além do ex-secretário Sílvio César Correa.
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