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Bancada de MT se divide em votação que aprovou fundo eleitoral de R$ 1,7 bi; saiba como votaram

Da Redação - Érika Oliveira

Num placar considerado confortável, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na última semana, o Projeto de Lei 8703/17, que define um fundo de aproximadamente R$ 1,7 bilhão para financiar campanhas eleitorais com recursos públicos. O chamado Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) dividiu a bancada de deputados mato-grossenses que, composta por oito parlamentares, teve 3 votos a favor da matéria, 3 votos contra e 2 ausências.

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Em uma de suas redes sociais, o deputado Victorio Galli (PSC), que votou a favor do projeto, se disse contrariado. Em sua justificativa, Galli argumentou que havia feito um “compromisso de apoiar o fundo se ficasse na metade do que seria antes”.

“Tenho que explicar que votei certo para não ser condenado. No Congresso temos que compor para que possamos ter vitórias parciais. Como líder, lutei para impedir a votação e aprovação do fundão de 3 bilhões, mas fiz o compromisso de apoiar o fundo se ficasse na metade do que seria antes. Foi a forma que encontramos para impedir a aprovação do fundão com o valor maior”, escreveu o deputado, que defendeu, ainda, que o financiamento de campanhas volte a ser promovido pela iniciativa privada.

Os deputados Ságuas Moraes (PT) e Ezequiel Fonseca (PP) também votaram a favor do projeto. Este último, conforme a mídia nacional, teria sofrido pressão do presidente do PP, Ciro Nogueira, a votar a favor da matéria. A reportagem tentou contato com Fonseca, mas as ligações não foram atendidas.

Por telefone, Ságuas disse que os deputados que votaram contra o projeto estavam, na verdade, fazendo “demagogia”, pois segundo ele, o dinheiro que será destinado ao fundo já é utilizado para este mesmo fim.

“O dinheiro de propaganda na TV e no rádio já era dinheiro público, era dinheiro de compensação. O único dinheiro novo nisso aí seriam os 30% das emendas de bancada, que poderiam ser investidos nos municípios, mas esse dinheiro nunca é repassado. Na prática, essa lei já está em vigor há muito tempo”, disse o petista.

Ao todo, 233 deputados registraram publicamente seus votos favoráveis à criação do polêmico fundo. A votação nominal ocorreu por um descuido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que permitiu, minutos antes, que os deputados votassem nominalmente um requerimento para que a votação fosse nominal.

Ocorre que, de acordo com o regimento da Câmara, somente uma votação nominal pode ocorrer a cada hora e Maia havia deixado justamente a emenda mais polêmica do projeto, que criava o fundo, para o final da sessão.

Sob protestos e com dois minutos do prazo estourado, o presidente da Câmara foi obrigado a se submeter ao pedido de verificação nominal, expondo como votou cada um dos 445 deputados presentes na sessão.

Direcionados por suas bancadas, os deputados Adilton Sachetti e Fábio Garcia, ambos do PSB, votaram contra o projeto. O deputado em exercício Rogério Silva (PMDB), que atualmente ocupa a vaga de Valtenir Pereira (PSB), que por sua vez, é presidente do PSB em Mato Grosso, também votou contra, mas não justificou seu voto.

Os deputados Nilson Leitão (PSDB) e Carlos Bezerra (PMDB) não participaram da sessão. Bezerra, conforme sua assessoria de imprensa, está licenciado do cargo por conta de uma forte gripe. Leitão, por sua vez, não justificou sua ausência. 
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