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Mesmo com RGA previsto, servidores protestam contra Teto de Gastos e tentam convocar sociedade

Da Redação - Lázaro Thor Borges/Reportagem Local - Isabela Alves Mercuri

Os servidores do Estado de Mato Grosso voltaram a protestar contra a PEC do Teto dos Gatos nesta quarta-feira (11). O projeto de emenda constitucional está em vias de ser provado pela Assembleia Legislativa (ALMT) na próxima semana. Os sindicalistas alegam que a proposta vai diminuir os investimentos com os serviços públicos e afetar os salários dos servidores.  

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Na sessão desta quarta-feira (11), nove emendas foram aprovadas à proposta. Entre elas àquela que garante o Reajuste Geral Anual (RGA) aos servidores. Com as emendas, a PEC também vai prever concursos para a saúde e a educação. Ainda assim, os sindicalistas alegam tentar convocar a sociedade para ingressar nas manifestações, na tentativa de evitar que a pauta seja somente dos servidores, já que se trata de uma questão mais ampla. 

Mas a proposta segue como o principal motivo para a mobilização dos sindicalistas. Principalmente porque o benefício do RGA vai ser parcelado nos dois próximos anos. A maioria não nega que seja grande a possibilidade de uma nova greve geral. Assim, a movimentação desta quarta-feira deve ser repetida na próxima terça-feira, quando o teto dos gastos será novamente debatido pela Assembleia.

Para Oscarlino Alves, um dos representantes do Fórum Sindical, é preciso abrir o leque do RGA e chamar a atenção da sociedade para os problemas da proposta governamental. “Não estamos discutindo RGA, salário e direitos funcionais, até porque a gente já foi muito prejudicado com isso, já viramos a página, tanto é que o nosso salário está a atrasado”.

De fato o pequeno atraso do salário dos servidores, que deveria ter sido pago integralmente na última segunda-feira (10), deu força à pauta dos sindicalistas, que devem permanecer se manifestando nos próximos dias. “É preciso trazer a sociedade para discutir essa PEC, se hoje já não tem recurso para gerar boas condições de trabalho, melhorar a saúde, atender a população nas escolas, imagina se congelar e fizer a correção pela inflação?”, provocou o sindicalista.

Os servidores da educação pública também compareceram ao protesto. De maneira geral, eles defendem que a saída da crise não deve ser o congelamento dos gatos e sim o forte investimento nos setores cruciais e na ampliação dos serviços públicos.

 “A avaliação que nós temos é que os prejuízos serão profundos, nós estamos com o RGA parcelado durante todo o ano de 2018 e 2019 e o congelamento dos gastos disso significa as implicações para a educação. Nós entendemos que não há nenhum tipo de necessidade de impor esse arrojo salarial”, afirmou Maria Selma de Oliveira, da secretaria jurídica do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep).

“O governo vem alegando que precisa conter gastos públicos, mas só que Mato Grosso não está na mesma condição precária de outros estados. O governador vem usando dessa narrativa para ter recursos livres sem estar vinculado a nenhuma peça orçamentária, para ele utilizar isso como ele melhor entenda. Nós estamos muito grande de ataque aos serviços públicos, isso não é gratuito.”, comentou Jocilene Barbosa dos Santos, vice-presidente do Sintep-MT.
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