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Empresa suspeita de vender diplomas e enviar provas por e-mail é alvo de operação da Polícia Civil

Da Redação - Fabiana Mendes

Uma empresa suspeita de vender diplomas falsos e enviar provas por e-mail foi alvo da Operação “Paideia”, deflagrada na tarde desta quarta-feira (6), pela Polícia Civil de Barra do Garças, a 509 km de Cuiabá. As investigações apontam que pelo menos 150 pessoas tenham obtido certificados falsos do ensino médio através da empresa Alfa Concursos, sendo que boa parte já cursaria universidades e cursos técnicos com a utilização do diploma inválido.

A divulgação dos ‘serviços’ acontecia através de diversas redes sociais. Era ofertada a conclusão do ensino médio em apenas dois meses, sendo ainda oferecido ao aluno, ao se tratar de caso de urgência, a possibilidade de concluir todas as etapas do urso em apenas 15 dias.

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Na ocasião, duas ordens judiciais foram decretadas pela 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, com base em investigações que tinham como alvo principal a empresa “Alfa Concursos”.

A empresa Alfa Concursos também se intitulava como Instituto Vanguarda, sediado em Cuiabá, que possui autorização para ministrar cursos na modalidade Educação de Jovens e Adultos à distância, em todo Mato Grosso

Os proprietários do Instituto Vanguarda ao tomarem conhecimento dos fatos informaram que no ano 2015 foi feito um termo de reciprocidade com a empresa Instituto Centro-Oeste para oferecer cursos do ensino médio na cidade de Barra do Garças.

Contudo, a demanda não correspondeu ao esperado e, em seu sistema não constavam alunos que tivessem concluído o curso dentro dos critérios estabelecidos pelo instituto e exigidos pela Secretaria Estadual de Educação e, que ainda, possíveis os diplomas e históricos escolares expedidos seriam falsos.

De acordo com o delegado que coordena as investigações, Wilyney Santana Borges Leal, os policiais entraram em contato com a empresa suspeita, Alfa Concursos, e conversaram com uma das proprietárias dizendo que precisariam de um diploma do ensino médio para matricular em uma faculdade de medicina, com urgência na expedição do diploma para não perder a vaga.

“Na ocasião, a responsável pela empresa disse que precisaria apenas de alguns documentos pessoais do candidato e o pagamento do valor de R$ 1,2 mil, para posteriormente enviar no mesmo dia, via e-mail, algumas provas, as quais após ser respondidas deveriam ser devolvidas para correção. Na sequência do trâmite, em apenas seis dias o diploma já estaria confeccionado”, contou Wilyney Santana Borges Leal.

De acordo com a assessoria, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram apreendidos computadores, aparelhos celulares, carimbos falsificados em nome da empresa Vanguarda, papéis especiais para emissão dos diplomas, diversos contratos de prestação de serviços e nove diplomas e históricos escolares do ensino médio falsificados que ainda não tinham sido entregues aos alunos.

Participaram da ação as equipes da delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), e do Grupo Armado de resposta Rápida (Garra) de Barra do Garças.

A operação recebeu o nome de “Paideia” em uma alusão ao antigo sistema educacional grego, que acreditava na boa formação moral e individual através do ciclo completo, onde o aluno estaria apto para liderar e ser liderado, preocupando assim com a formação perfeita do individuo. 
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