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Manifestantes ficam feridos em confusão na chegada do ex-presidente Lula à PF

G1

Pelo menos nove pessoas ficaram feridas na confusão que aconteceu no momento da chegada do helicóptero com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Superintendência da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida, em Curitiba, na noite deste sábado (7), conforme a Polícia Militar (PM).

A polícia não informou o estado de saúde dos feridos - a maioria manifestantes contrários à prisão de Lula. Um dos feridos é polícial militar e também foi confirmado que uma criança recebeu atendimento.

Outros feridos, segundo a PM, podem ter procurado atendimento médico fora das ruas mais próximas ao prédio da PF.

Assim que o helicóptero pousou no prédio da PF, por volta das 22h30, bombas começaram a explodir em meio aos manifestantes contrários à prisão do ex-presidente, que estavam concentrados em frente ao portão principal.

Além de bombas de efeito moral, foram disparados tiros de borracha para dispersar os manifestantes do entorno da superintendência. Os manifestantes revidaram a ação policial arremessando objetos em direção ao prédio da PF.

A manifestante pró-Lula Andreia Gimenes, que foi atingida por dois tiros de borracha na perna direita, contou que assim que o ex-presidente chegou os policiais foram para cima dos manifestantes.

"Muitas pessoas caídas, balas de borracha para todos os lados", afirmou. "[O sentimento é de] pavor, raiva, desesperança. Não dá para descrever", disse.

O que diz a polícia

"Houve duas explosões no meio dos manifestantes (pró-Lula) e com esse efeito eles avançaram no portão da PF e esta, por sua, vez repeliu", disse o tenente-coronel da PM Mário Henrique do Carmo.

Ele descartou a hipótese dessas bombas terem sido lançadas por manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente e também que o grupo pró-Lula tenha tentado invadir a supetintendência da PF. "Não se sabe porquê essas bombas explodiram", afirmou.

O tenente-coronel justificou o uso de balas de borrachas para "repelir a justa agressão". Segundo ele, policiais estavam sendo agredidos com pedras e garrafadas. Ele disse ainda que a PM usou balas de borracha e que bombas foram usadas pela PF.

Diferentemente das duas ocasiões em que Lula foi interrogado em Curitiba, na sede da Justiça Federal, não houve esquema de segurança para proteger o entorno da superintendência.

Havia bloqueios policiais impediam a passagem de veículos próximo à PF e também separavam os grupos de manifestantes. Carmo negou que tenha havido falha na segurança.

O G1 tentou contato com a PF, que não respondeu até a última atualização desta reportagem.

Interdito proibitório

Após a chegada de Lula, a PM passou a cumprir uma decisão liminar, concedida pela Justiça neste sábado, para proibir a passagem de veículos e pessoas não autorizados e a montagem de estruturas e acampamentos próximos à superintendência.

O interdito proibitório foi concedido pelo juiz substituto Ernani Mendes Silva Filho. O pedido, conforme a liminar, foi feito pelo município de Curitiba.

Na decisão, foi autorizado o auxílio de força policial para o cumprimento da liminar. Segundo o tenente-coronel da PM, o perímetro do bloqueio para os próximos dias será de uma quadra em todos os acessos à sede da PF.
 
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