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Fabris afirma que não irá “peitar” desembargador e lamenta: “prisão não é boa para ninguém”

Da Redação - Wesley Santiago

O deputado estadual, Gilmar Fabris (PSD), afirmou – durante discurso no plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) – que não irá “peitar” o desembargador José Zuquim Nogueira, responsável por decretar as prisões dos alvos investigados pelo Gaeco nas operações 'Bereré' e 'Bônus' e que a Casa de Leis apenas votará a soltura do deputado Mauro Savi (DEM) se houver base jurídica para isto. Por fim, ainda lamentou o episódio: “prisão não é boa para ninguém”.

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“Sei respeitar os poderes e este momento é disto. No Tribunal de Justiça (TJMT) temos amigos, conhecidos e quem não conhecemos. Todos têm de ser respeitados. Quero deixar claro que não recebi dos senhores deputados, meus companheiros, nenhum tipo de conversa neste sentido, que era para peitar tribunal ou coisa parecida. Não seria irresponsável para fazer isto”, comentou o deputado durante seu discurso na manhã desta quarta-feira (16).
 
Gilmar Fabris ainda lamentou a prisão de Mauro Savi e afirmou que o parlamentar está sofrendo com a situação: “Vamos com muita cautela e firmeza. Desejamos que o nosso companheiro Mauro Savi esteja conosco o mais rápido possível. Mato Grosso precisa do parlamentar. O momento é de muita gravidade. Eu já estive preso lá, a prisão não é boa para Mauro Savi, Gilmar Fabris ou qualquer um que esteja lá. É um lugar triste e creio que nosso companheiro está sofrendo muito”.
 
Fabris já adiantou que, se a votação acontecer, votará pela sua soltura: “Isso não tem dúvida. Não é nem pelo fato dele ter votado pela minha soltura também. É meu amigo, companheiro e tem o respeito de todos. Tenho certeza que terá não só meu voto, mas o de todos. Mauro não vai fugir, ele está ai. O povo de Mato Grosso precisa dele é no parlamento e não na cadeia”.
 
Na última sexta-feira (11), o desembargador José Zuquim Nogueira encaminhou ofício à Assembleia Legislativa de Mato Grosso no qual reitera veto à possibilidade de o Plenário votar a soltura do deputado estadual Mauro Savi (DEM), preso no âmbito da operação Bonus, segunda fase da Bereré, deflagrada pelo Gaeco.
 
O procurador-geral da Assembleia Legislativa, Grhegory Maia, se manifestou com entendimento favorável à votação para possível soltura de Savi. “A Procuradoria-Geral manifesta-se pela viabilidade dos trâmites legais que culminem na realização da sessão Plenária com o objetivo de analisar o cárcere provisório do parlamentar”, diz trecho do parecer obtido pela reportagem.
 
Horas após a publicação da reportagem, a assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa encaminhou nota à imprensa afirmando que a Procuradoria Geral não emitiu parecer jurídico conclusivo, mas que o procurador-geral somente emanou dois memorandos ao presidente e primeiro-secretário da Mesa Diretora, Eduardo Botelho (DEM) e Guilherme Maluf (PSDB) respectivamente, para informar que o Poder Legislativo acabara de ser intimado e que não vislumbrou impedimento legal para o início dos trâmites que visasse à sessão para deliberação acerca do cárcere provisório imposto.
 
Ocorre que antes de a AL emitir esta nota à imprensa afirmando que não havia parecer jurídico e somente memorando interno, o próprio presidente da AL, Eduardo Botelho por meio de sua assessoria, encaminhou esclarecimento aos veículos de comunicação sustentando que não participaria de eventual votação para libertar Mauro Savi porque também é investigado no âmbito da mesma operação.
 
Na própria decisão que autorizou a prisão de Mauro Savi, o desembargador já havia alertado a AL que o Legislativo estava impedido de votar a soltura do deputado.
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