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Exame que possibilita o diagnóstico precoce do câncer de pâncreas completa 10 anos

Da Redação - Vitória Lopes

O câncer de pâncreas é um dos mais letais, e de todos os tipos, é atualmente o oitavo que mais causa mortes no mundo. No Brasil, o câncer de pâncreas é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Isto se deve a dificuldade de diagnóstico, que muitas vezes é feito tardiamente, e também pelo comportamento agressivo da doença.

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No entanto, há um exame que possibilita o diagnóstico precoce da doença, facilitando as chances de tratamento e cura. Chamado de “ecoendoscopia”, o exame completa 10 anos em Mato Grosso.

A ecoendoscopia é um procedimento que alia a endoscopia e ultrassom em um único aparelho. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva de Mato Grosso (Sobed-MT) e gastroenterologista do Centro de Endoscopia de Cuiabá (CEC) e da Vida Endoscopia, Roberto Barreto, foi o responsável por trazer à Cuiabá a tecnologia, considerada hoje como referencia em doenças de pâncreas, tornando-se também modelo nos estados de Rondônia e Acre.

De acordo com Barreto, a ecoendoscopia é considerada pela medicina como um dos melhores procedimentos para a análise do pâncreas e é grande aliada na prevenção do câncer de pâncreas. "A ecoendoscopia é um exame diferenciado, avaliado como o 'padrão ouro', pois é superior a tomografia e a ressonância na detecção de pequenas lesões do pâncreas, consideradas precoces. Além disso, é o único exame que permite a coleta de material das lesões suspeitas por meio da punção ecoguiada com agulha fina", explica o especialista.

Como funciona a Ecoendoscopia

Segundo o gastroenterologista do CEC e da Vida Endoscopia, Joaquim Carvalho Jr. o exame, também conhecido como ultrassom endoscópico, é um procedimento onde, por meio de um endoscópio fino e flexível, especialmente equipado com uma sonda (transdutor) de ecografia em miniatura acoplada à extremidade do aparelho, permite a realização de ecografia no interior do tubo digestivo. Dessa forma, o exame proporciona ao mesmo tempo a imagem da endoscopia e o ultrassom.

"A lógica da ecoendoscopia é levar o aparelho até o estômago, bem próximo do pâncreas, possibilitando melhores condições para o diagnóstico. Outro grande avanço é a possibilidade de biópsias das lesões do pâncreas, permitindo ao médico saber exatamente qual é a doença e assim determinar o melhor e mais adequado tratamento", explica Joaquim Jr.

A ecoendoscopia é realizada da mesma forma que a endoscopia convencional, após jejum de oito horas e através de sedação. O aparelho é introduzido por via oral (endoscopia alta) ou retal (colonoscopia), conforme a indicação. As imagens são acompanhadas em tempo real pelo médico. O procedimento dura entre 30 e 90 minutos; não é necessário internação.
 
O gastroenterologista ressalta ainda que o exame serve não só para diagnosticar problema no pâncreas, mas também em órgãos do sistema digestivo. "Este método se tornou referencia para avaliação de profundidade de lesão em parede de esôfago, estômago, duodeno e reto. Bem como na pesquisa de pequenos cálculos de vesícula e também na investigação da endometriose", aponta Joaquim Carvalho.

Este procedimento atualmente pode ser realizado em Cuiabá, no Centro de Endoscopia de Cuiabá (CEC) e em Várzea Grande, na clínica Vida Diagnóstico e Saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponibiliza esse procedimento de alta tecnologia no Estado.
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