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Prado garante lisura em pagamento de cartas de crédito e será ouvido hoje por CPI
Da Redação - Patrícia Neves
O ex-procurador Geral de Justiça, Paulo Prado, será ouvido nesta quinta-feira, 24, na Comissão Parlamentar de Inquérito das Cartas de Crédito. Presidida por Oscar Bezerra, a Comissão apura a suposta existência de fraudes e tráfico de influência na emissão de R$ 10 milhões em cartas de crédito para 40 promotores e procuradores.
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Em mensagem de aplicativos celulares, Prado asseverou que "tive muitos desafios na vida, acertei e errei, porém jamais trabalhei buscando vingança ou ódio. Fui convocado a depor na CPI das Cartas de Crédito do MP, criada em 2015. Pensei e refleti bastante, e decidi, marcar para o dia de hoje".
Asseverou ainda que por seu compromisso com a verdade não se furtaria a prestar esclarecimentos. "A princípio não sou obrigado a comparecer, pois os vários órgãos de controle, legitimaram a legalidade da transação, porém em respeito a sociedade mato-grossense, ao poder legislativo e a minha consciência, estarei presente para esclarecer, mais uma vez, a lisura dos fatos".
Em abril deste ano, a Comissão requereu o prazo para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), com o argumento de que são necessárias novas diligências e novas oitivas com pessoas que tiveram acesso aos fatos investigados. O requerimento aprovado aponta que a CPI vai manter a forma criteriosa de como os trabalhos estão sendo conduzidos, até o presente momento, levando-se em consideração que são atos complexos, e que deve ser respeitado o contraditório e o devido processo legal.
Entenda:
A CPI foi criada para investigar a conduta de membros do Ministério Público Estadual, relacionada a supostas irregularidades na negociação de cartas de créditos. As suspeitas vieram à tona durante a 5ª etapa da Operação Ararath, deflagrada em maio de 2014 pela Polícia Federal.
Na ocasião, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa do ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes, onde foram encontrados documentos e planilhas detalhando pagamento de precatórios a promotores e procuradores de Justiça de Mato Grosso.
Ao total, foram 45 cartas de crédito emitidas pelo MPE, parte delas assinadas pelo procurador-geral Paulo Prado, parte pelo ex-procurador-geral Marcelo Ferra. Segundo Éder, que era secretário de Estado de Fazendo nesse período, e assinou pelo pagamento dessas cartas, um relatório do TCE aponta diversas irregularidades, como falta de estudo de impacto fiscal e valores “inchados”.