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Caminhoneiros dizem ser feitos reféns por baderneiros, revela Maggi

Da Redação - Wesley Santiago

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, afirmou ter recebido informações da Agência Brasileira Inteligência (Abin) e dos próprios caminhoneiros, dando conta de que motoristas sendo feitos reféns por baderneiros que se infiltraram na paralisação, que entrou nesta quarta-feira (30) em seu décimo dia. Maggi ainda acrescentou que aproveitadores estão querendo fazer ato político e desvirtuaram os motivos da greve.

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“Os próprios caminhoneiros estão dizendo que querem ir embora, mas que estão sendo feitos reféns de baderneiros e aproveitadores que estão querendo fazer política com a manifestação. Não justifica isto e por isso é preciso repudiar e forçar liberação para que a economia volte ao normal”, comentou o ministro em entrevista à rádio Capital FM.
 
Maggi ainda reforçou que recebeu as mesmas informações de setores de inteligência do governo. “Os motoristas pediram a volta ao trabalho, estão dizendo que hoje são reféns de pessoas que não fazem parte do movimento e que tomaram conta do processo. Esta é a informação que tem corrido na própria categoria e também na Abin. São questões que vieram no decorrer da greve”.
 
O chefe do Mapa ainda acrescentou que o presidente Michel Temer precisa continuar com a postura firme contra a paralisação dos caminhoneiros. “Desbloqueia as estradas ou não tem condição de continuar no comando”, afirma Maggi.

Morte na estrada

Horas após a entrevista de Blairo Maggi, a primeira morte foi resgistrada desde o início da paralisação. A vítima foi um caminhoneiro que tentava voltar a trabalhar e levou uma pedrada, que atravessou o para-brisa e lhe atingiu na cabeça.

A vítima da pedrada morreu em Vilhena (GO), a caminho de Comodoro, em Mato Grosso. Até o momento ninguém foi preso pelo crime.
 
Entenda
 
A greve dos caminhoneiros, que completa o seu décimo dia nesta quarta-feira (30), sofreu um duro golpe em duas das maiores cidades de Mato Grosso. Uma ação policial, coordenada pelo Centro de Comando e Controle da Secretaria de Estado de Segurança Pública, desobstruiu um trecho da BR-364, na altura do Posto Locatelli e também em Rondonópolis (215 quilômetros de Cuiabá).
 
O governo federal anunciou, no dia 24 de maio, uma proposta para suspender a greve dos caminhoneiros por 15 dias. Porém, os manifestantes continuam a bloquear pelo menos 29 trechos de rodovias federais que cortam Mato Grosso. Em outros Estados, a situação é a mesma. Vale lembrar que diversos serviços foram suspensos ou reduzidos por conta da falta de combustível. O protesto já dura cinco dias e tem reflexos em diversos setores.
 
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã desta segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantém o diálogo com os caminhoneiros.
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