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Janaína Riva apresenta requerimento para abertura de ‘CPI dos Grampos’ com dez assinaturas

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Érika Oliveira

A deputada estadual Janaína Riva (MDB) conseguiu nove assinaturas e apresentou, na manhã desta terça-feira (07), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), o requerimento para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos. Ao todo, era necessário que pelo menos oito parlamentares assinassem o documento.

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“Eu estava aguardando alguns colegas parlamentares chegarem para que pudéssemos completar as assinaturas, porque temos outros deputados que irão assinar. Mas, com a manobra do colega Wilson Santos (PSDB) de apresentar um requerimento de CPI sem assinaturas, me vi na obrigação de não aguardar mais”, explicou Janaína Riva.

Assinaram o requerimento os seguintes deputados estaduais: Romoaldo Junior; Wagner Ramos; Ademir Bruneto; Zeca Viana; Zé domingos; Dilmar Dal'Bosco; Janaina Riva; Valdir Barranco; Allan Kardec e Sebastião Rezende.

"O objeto da CPI é a 'grampolândia pantaneira'. Seja em âmbito da Justiça Militar e comum. Vamos falar com o Ministério Público Estadual (MPE), ex-secretário da Casa Civil, com todos que foram citados no decorrer do processo. Queremos fazer um apanhado, ouvir a todos, para chegarmos a uma conclusão definitiva da participação ou não do governador", completou Janaína Riva.

Bomba na madrugada
 
A madrugada do dia 28 de julho teve início com uma bomba, principalmente nos bastidores da política. Isso porque o cabo Gerson resolveu confirmar a participação no esquema e confirmar a existência dos grampos ilegais em Mato Grosso. "Vim aqui hoje pra trazer a verdade real", afirmou Gerson, último ouvido desta madrugada.
 
O cabo citou o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques. Seria ele a pessoa responsável por bancar as interceptações que seriam feitas. Zaqueu teria ligado para Gerson informando que este se encontraria com alguém que dispostos a investir nas interceptações. Gerson foi com o coronel Evandro Lesco a um restaurante na estrada de Chapada, onde se encontrava Paulo Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB). Paulo teria mostrado disposição em arcar com as custas dos grampos que deveriam ser feitos. O grupo embolsou R$ 50 mil para comprar os primeiros equipamentos para as escutas.
 
O cabo Gerson acrescentou que o interesse da barriga de aluguel seria do governador Pedro Taques e do ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques: "O interesse das barrigas de aluguel é do Paulo Taques e do governador".
 
Gerson Corrêa Júnior atuava no Gaeco e possuia o ‘know how’ na operação do Sistema Guardião de Interceptação Telefônica. Foi levado em 2015 para o Núcleo da Inteligência da Polícia Militar, na Casa Militar, época dos grampos. Continuou na Casa Militar até maio de 2017, quando teve prisão preventiva decretada por ter operado o esquema de interceptações telefônicas ilegais.
 
Os acusados desta ação penal militar são: Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barros, Januário Batista e Gerson Correa Junior. Os cinco respondem pelos crimes de Ação Militar Ilícita, Falsificação de Documento, Falsidade Ideológica e Prevaricação, todos previstos na Legislação Militar.
 
Outro lado
 
O Governo do Estado informa que o governador Pedro Taques determinou a apuração de todos os fatos relacionados às supostas escutas telefônicas clandestinas assim que a denúncia chegou ao conhecimento dele, em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações.
 
O Governo do Estado ressalta ainda que o governador Pedro Taques solicitou ao Superior Tribunal de Justiça que ele próprio fosse investigado neste caso para comprovar, perante a Justiça, que não teve qualquer envolvimento nos fatos narrados por terceiros.
 
Já a assessoria de imprensa do ex-secretário Paulo Taques afirma que a defesa nega as acusações e que se pronunciará nos autos do processo.
 
Atualizada às 10h04 e às 10h41. 
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