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Na OAB, Taques vira alvo de adversários que apresentam poucas propostas; veja principais pontos

Da Redação - Érika Oliveira

O governador Pedro Taques (PSDB), que tenta a reeleição, foi o principal alvo de ataques dos outros quatro candidatos ao Governo de Mato Grosso, durante o debate proposto pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) em parceria com a TV Assembleia Legislativa. Focados em apontar os erros da atual gestão, os postulantes apresentaram poucas propostas.

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O debate foi dividido em quatro blocos e contou com a participação do público, definido por sorteio momentos antes do confronto. O presidente da OAB em Mato Grosso, Leonardo Campos, iniciou o encontro chamando a atenção dos candidatos e dos espectadores para a importância do fortalecimento da democracia.

Campos relembrou a última crise econômica que assolou todo o país e perguntou aos cinco candidatos como eles pretendem equalizar investimentos nas principais áreas, citando saúde, educação e segurança, além dos repasses aos Poderes e órgãos autônomos – o que inclui a OAB –, tendo em vista as limitações impostas pela Emenda Constitucional do Teto de Gastos, que vigora até 2020.

Pedro Taques foi o primeiro a falar e defendeu que foi justamente a crise citada por Campos que lhe impediu de realizar mais ações durante sua gestão. Taques afirmou que os investimentos, caso reeleito, serão estabelecidos a partir da regra de “se gastar conforme se arrecada”.

O tom de críticas ganhou forma logo em seguida, quando o candidato Moisés Franz (PSol), ao responder a mesma pergunta, disse que iria revogar a Emenda do Teto, aprovada por Taques, e combater massivamente a corrupção. “Tem muita empresa por aí recebendo incentivo sem atender os objetivos. (...) A população de Mato Grosso não aguenta mais promessas”, declarou.

Wellington Fagundes (PR), por sua vez, criticou o relacionamento mantido entre o Governo e os servidores e disse que o atual sistema tributário, que para ele penaliza comerciantes, precisa ser revisto. Mauro Mendes (DEM) relembrou o caso dos grampos ilegais e a dívida do atual Governo para com fornecedores. Arthur Nogueira (Rede) encerrou o primeiro bloco defendendo que sejam revistos os valores repassados aos Poderes.

Saúde

A crise na saúde pública foi um assunto frequentemente abordado e, novamente, os candidatos aproveitaram o espaço para alfinetar o atual governador. Moisés Franz, por exemplo, afirmou que não fossem os casos de corrupção na Seduc e no Detran, ocorridos nesta gestão, mais recursos poderiam ter sido destinados aos hospitais regionais, que padecem da falta de repasses.

Wellington Fagundes cobrou Pedro Taques quanto à conclusão de obras como a do Hospital Universitário Júlio Muller, cujo recurso segundo o republicano foi devolvido ao Governo Federal por incompetência do tucano. O candidato também questionou o governador sobre o empenho dos R$ 100 milhões enviados pela bancada federal para socorrer a saúde do Estado.

“Toda a bancada deu crédito ao Governo do Estado para que fosse solucionada a crise. Alocamos R$ 100 milhões, o governador assinou compromisso”, criticou. Recentemente Wellington acusou Pedro Taques de não cumprir com o referido documento.

Mauro Mendes tocou neste assunto quando debatia com Moisés Franz e relembrou os recentes vídeos divulgados por servidores do Hospital Regional de Rondonópolis, que mostravam ratos dentro da unidade além de uma inundação ocasionada pela chuva. O candidato destacou a necessidade de regularizar os repasses na Saúde, mas não explicou de forma objetiva como fará isso caso eleito.

VLT

Taques, ao direcionar pergunta para Arthur Nogueira, questionou o candidato sobre seu planejamento para concluir as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Arthur condenou a situação em que se encontra o modal, criticou a ingerência do governador quanto ao assunto e disse que, se eleito, não pretende dar continuidade a obra. “Não gasto mais um real com o VLT”.

Corrupção e a ‘Grampolândia’

Sempre polêmico nos debates que participou, Arthur Nogueira disse que o atual governador utilizou a cúpula da segurança do Estado de maneira distorcida e pediu que Pedro Taques fizesse uma autocrítica sobre os escândalos de corrupção ocorridos em sua gestão. “Onde foi o erro, governador?”, questionou.

Taques se esquivou da pergunta, mas disse que ele próprio pediu para ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e voltou a dizer que nenhum de seus ex-secretários foi, ainda, condenado em última instancia.

“Eu serei o último, dentro da casa da democracia brasileira, a pré-julgar alguém antes de um juízo final. O caso [dos grampos] é grave, concordo, mas nós tomamos todas as medidas necessárias”, justificou.

Perguntas do público

A primeira pergunta do bloco aberto ao público abordou as condições atuais do sistema penitenciário. Wellington Fagundes relembrou que sua vice, Sirlei Theis (PV), tem experiência em segurança pública e disse que ela irá atuar em prol de melhorias para o setor, mas não as pontuou. O republicano utilizou o restante de seu tempo para citar ações que deixaram de ser feitas pela atual gestão.

Dentre outros questionamentos, Mauro Mendes falou sobre medidas para tornar eficiente a concessão. “O Estado de Mato Grosso, lamentavelmente, tem tido dificuldades em manter a regularidade desse serviço”, criticou, completando que pretende formar um consórcio, caso eleito, com as Prefeituras.

Quando o assunto abordado foi Educação, Arthur Nogueira afirmou que por uma normativa do atual governador os profissionais estão impedidos de se licenciarem para participarem de capacitações. Taques negou.
 
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