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Rogério Gallo defende que Pedro Taques fez o que pôde em um “governo maldito”

Da Redação - Lucas Bólico

Nem mesmo quem apostava ou torcia pela derrota do governador Pedro Taques (PSDB) podia imaginar um final de mandato com tantas dificuldades como o que vem sendo enfrentado pelo tucano. Não bastasse amargar o 3º lugar nas eleições deste ano, o ex-procurador da República e ex-senador se despede do Palácio Paiaguás sob acusações de participação em esquemas de corrupção, dívidas com os Poderes, Prefeituras e fornecedores que ultrapassam a casa do bilhão e um alerta de greve geral dos servidores públicos mais uma vez pelo não pagamento da RGA. A menos de dois meses do fim da gestão, Rogério Gallo, seu secretário de Fazenda, saiu em defesa do governador.

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“O governador fez o papel dele no que lhe competia. Todas as leis que foram aprovadas em 2013 e 2014 foram respeitadas. [Mesmo] com essa recessão econômica o Governo fez o papel dele, porque nós tivemos aí uma economia publica de em torno de R$ 1 bilhão nesses quatro anos”, defendeu Rogério Gallo, que atua no Governo do Estado desde janeiro de 2017, à época como procurador-geral. 

Citando o economista Raul Velloso, prática comumente adotada por Pedro Taques para justificar os recorrentes atrasos ao longo dos últimos quatro anos, Gallo considerou que qualquer político que assumisse o Governo nas condições em que Mato Grosso se encontrava, os resultados seriam os mesmo obtidos pelo tucano, ou quem sabe piores. 

“Administrar nesse período não tem sido fácil. Inclusive, o economista Raul Velloso disse que esse é o mandato maldito dos governadores. Foi uma combinação terrível, todos os cenários que se tinha no plano nacional para prejudicar nós tivemos. Como viver com uma receita própria que basicamente é sob circulação de mercadoria se você está em crise e com empresas fechando, é muito complicado. Em Mato Grosso nós tínhamos um tsunami local, a onda de corrupção que havia em todas as secretarias e não sou eu quem está falando isso, tem vários processos que retratam que o dinheiro publico foi mal empregado, os aumentos que foram dados irrefletidamente e aprovados em lei em 2014. Então, este cenário nos coloca ai medidas muito duras em relação”, afirmou, em entrevista à Rádio Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (06).

Na tarde desta segunda-feira (05), com a possibilidade de não receberem a recomposição de seus salários, os servidores do Estado se mobilizaram mais uma vez em um indicativo de greve geral. Por meio do Fórum Sindical, o funcionalismo deu prazo de uma semana ao governador para que a primeira parcela da RGA deste ano, prevista em 4,19%, seja quitada. A parcela está avaliada em R$ 15 milhões e Rogério Gallo já anunciou que o Governo não tem condições de pagar o valor.
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