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Plano de Mendes é usar Fethab para não escalonar mais salários e deixar RGA para quando houver dinheiro

Da Reportagem Local - Érika Oliveira/Da Redação - Lucas Bólico

O plano traçado pelo governo Mauro Mendes (DEM) para arrumar as finanças do Estado prevê ações para evitar que o salário dos servidores públicos volte a ser escalonado. Para isso, os recursos da reestruturação do Fethab, que deve arrecadar cerca de R$ 600 milhões segundo estimativas, seriam fundamentais. O ponto mais controverso, no entanto, seria o que diz respeito à Revisão Geral Anual, que atualiza o pagamento aos servidores. A RGA seria deixada de lado até o momento em que o Estado recupere a saúde financeira.

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De acordo com interlocutores do Paiaguás, o projeto apenas “respeita” a lei que criou a RGA no governo Blairo Maggi, segundo a qual, a atualização dos salários com relação à inflação deve ser feita quando há “dinheiro sobrando”, o que não é o caso.  O “esquecimento” da reposição até a retomada do equilíbrio financeiro do Estado tem sofrido resistência dos deputados, que são constantemente cobrados pelo Fórum Sindical.
 
É ponto pacífico na Assembleia Legislativa que por mais de uma década os problemas financeiros do Estado foram crescendo como bola de neve, rolada sobre leis que beneficiam setores do funcionalismo público e gestões irresponsáveis. Por conta disso, a reestruturação do Fethab deve ser aprovada sem grandes dificuldades.
 
Na manhã de quarta-feira (9), Mauro Mendes se reuniu com os deputados estaduais no Palácio Paiaguás e expôs seu plano de recuperação econômica, denominado “Pacto por Mato Grosso”. Conforme Olhar Direto noticiou ontem, o clima foi tenso com relação a alguns pontos. Nesta quinta, Mendes foi à AL entregar mensagens do Executivo sobre reformas administrativas.
 
Da tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso na manhã quinta-feira (10), o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) elogiou a intenção de ampliar a taxação sobre o agronegócio, mas defendeu que o Estado pare de usar recursos do Fethab para áreas diversas à habitação e recuperação de rodovias.
 
Santos sustenta que existem alternativas para sanear as contas do Estado antes do previsto por Mendes. Ele alega que assumiu a Prefeitura de Cuiabá na década passada em uma situação mais crítica que a atual e conseguiu em pouco tempo colocar em dia uma folha salarial recebida com três meses de atraso.
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