Apesar de mobilização na capital, adesão a protesto é baixa entre categorias; fotos
Da Redação - Fabiana Mendes / Da Reportagem Local - Carlos Dorileo
Apesar do anúncio de paralisação geral em todo Estado, a adesão dos servidores públicos foi baixa e os serviços de atendimento ao público quase não foram afetados nesta terça-feira (12). Após Assembleia Geral das categorias há dez dias, os funcionários públicos agenderam concentração em defesa dos direitos dos servidores em frente à sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá. No local, a movimentação é intensa.
Conforme apurado pelo Olhar Direto, na Secretaria de Fazenda (Sefaz), com cerca de três mil servidores, apenas 66 teriam aderido ao movimento. Na Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) apenas o setor de tecnologia da informação parou, sem total prejuízo aos serviços ofertados.
Na Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag), 12 funcionários teriam parado. O setor de protocolo segue funcionando e apenas os atendimentos da perícia médica foram reagendados. A unidade da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setas) do Shopping de Várzea Grande suspendeu os atendimentos no período da tarde. No Procon os fiscais se mobilizaram, mas o atendimento na unidade segue normal.
Das 74 escolas estaduais em Cuiabá, 51 paralisaram os trabalhos. Em Várzea Grande, das 46 unidades, 23 aderiram ao movimento.
O Departamento de Trânsito (Detran), Controladoria Geral Do Estado (CGE), Procuradoria Geral do Estado (PGE), Junta Comercial do Estado de Mato Grosso (Jucemat), Secretaria de Estado Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Empaer, MT Saúde, Empresa Mato-grossense de TI (MTI), Secretaria de Cultura e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Secretaria do Estado e Segurança Pública (Sesp), Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidades de Mato Grosso (Cermac) não tiveram os serviços afetados, conforme apuração da reportagem.
Nas unidades de saúde, o plantão médico do CIAPS Adauto Botelho segue atuando normalmente, com 30% de adesão do setor administrativo. No Hospital Regional de Rondonópolis, Sinop, Alta Floresta, Colíder e no Metropolitano, em Várzea Grande, os serviços não foram afetados.
O Hospital de Colíder funciona com 90% de sua capacidade e o de Sorriso com 60%. Nesta última unidade, as cirurgias eletivas e o ambulatório só atendem em casos de urgência e emergência. A Escola de Saúde Pública funciona com 50% de sua capacidade, e os Escritórios Regionais de Saúde com 30%.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sisma), Oscarlino Alves, disse ao Olhar Direto que o ato é uma afronta ao Governo. Segundo ele, o governador Mauro Mendes (DEM), teria apresentando uma situação de crise à população, que não coincide com a realidade financeira.
"É um afronta, um aviso para o Governo. Queremos dialogar com a população, mostrar os serviços essenciais que o conjunto de servidores públicos da saúde, segurança, educação, meio ambiente, Procon, varias áreas de serviços essenciais do Estado, que é o do Poder Executivo. Estamos sendo injustiçados. Estamos querendo quebrar a tese que o governador apresentou para a população, que existe uma crise financeira. Não existe crise financeira em um estado que deixa de arrecadar por iniciativa própria, renuncia fiscal de R$ 4 bilhões. Não estou falando de Lei Kandir, estou falando de renuncia fiscal na ordem de R$ 4 bilhões por ano, para privilegiar pouco mais de 5% das empresas instaladas no estado. Em detrimento dos outros 95% das empresas, que criam uma concorrência desleal, inclusive entre as empresas. A gente vê que são interesses privados, destes grupos que financiam a campanha dos políticos", disse.
Após concentração em frente ao TRT, no final da tarde, os servidores seguiram para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). A via teve que ser fechada por conta da movimentação.