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Edna defende escola de samba que representou policiais como demônios: 'Carnaval é um espaço político'

Da Redação - Airton Marques

A vereadora Edna Sampaio (PT) decidiu entrar na polêmica nacional e rebateu as críticas feitas pelos vereadores e por policiais ao tema do desfile da escola de samba “Vai-Vai”, de São Paulo. A escola desfilou no último sábado (10)  e trouxe uma ala composta por pessoas fantasiadas de policiais do Batalhão de Choque, que usavam chifres e asas, fazendo alusão a demônios.

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O tema foi pauta de debate durante a sessão ordinária da Câmara de Cuiabá, na quinta, quando representantes da Polícia Militar compareceram para apresentar os resultados do policiamento durante a Operação Carnaval.

Edna afirmou que reconhece o trabalho da PM,  mas ponderou que há casos em que a polícia utiliza a instituição e a farda para cometer atos não aprovados pela corporação como um todo. “Acho que é necessário, sim, fazer a crítica, e o Carnaval é um espaço político. A Vai-Vai apresentou a crítica, que deve ser aceita pela corporação, pela instituição, que se insere no espaço democrático. Nenhum de nós está livre da crítica, ela é necessária se a gente defende o estado democrático de direito”.

A petista disse, ainda, que cobrará do Executivo atenção especial às escolas de samba cuiabanas e que discutirá as ações voltadas a esse segmento durante a audiência pública  que será realizada na próxima terça-feira (20), para debater o Plano Municipal de Cultura. 

Sobre a violência policial, ela salientou que é preciso aceitar críticas e ouvir os que, muitas vezes, não têm seus direitos respeitados. “No Brasil,  o direito não é conferido a  todos e há muitas pessoas vítimas de todo tipo de violência do Estado. Nós, que só estamos aqui graças à democracia que nos elegeu, devemos ser os primeiros a fortalecer as instituições”.

A polêmica

A escola homenageou o grupo de rap Racionais MC’s, com o enredo "Capitulo 4, Versículo 3 – Da rua e do povo, o Hip Hop – Um manifesto paulistano". Uma das alas representou o disco "Sobrevivendo no Inferno", um dos mais importantes do gênero. Uma das canções do álbum é "Diário de um detento", que relata o dia a dia de presos em SP. A ala trazia figuras que remetiam à imagem do demônio com cassetetes e um escudo escrito Choque, uma das tropas da Polícia Militar de São Paulo.

Em nota, a agremiação negou que a representação dos policiais como demônios tenha sido um ataque ou provocação contra a categoria. Segundo o comunicado, a ala era uma alegoria da situação vivida em São Paulo na década de 1990.

“A ala retratada no desfile de sábado, da escola de samba Vai-Vai, à luz da liberdade e ludicidade que o carnaval permite, fez uma justa homenagem ao álbum e ao próprio Racionais Mcs, sem a intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação, mas sim uma ala, como as outras 19 apresentadas pela escola, que homenageiam um movimento”.
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