O Incra em Goiás vai assentar mais 240 famílias em duas áreas que somam 10 mil hectares. A superintendência da autarquia no estado recebeu duas decisões favoráveis na Justiça Federal com a desapropriação das fazendas Bonanza/Cavalgada Grande, em Crixás, e Palmeiral, em Uruaçu.

A fazenda Bonanza tem 8.637,50 hectares e capacidade para assentar mais de 200 famílias. A área da Palmeiral é de 1.532,40 hectares, podendo atender até 40 famílias. Uma diligência da Procuradoria Regional do Incra/GO se deslocou, na segunda-feira (23), para os municípios de Crixás e Uruaçu para agilizar as providências que permitem as imissões na posse em nome da Autarquia.

A aquisição destas áreas representa investimento de, aproximadamente, R$ 27 milhões pelo Incra. O recurso será usado para pagar as indenizações aos proprietários dos imóveis. Nas fazendas serão assentadas famílias de trabalhadores rurais ligados ao Movimento Sem Terra (MST) e à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg/Contag).

Em parceria com a prefeitura, os futuros assentados serão cadastrados no Plano Brasil Sem Miséria. As 240 famílias dos dois assentados também serão beneficiadas pelo Minha Casa, Minha Vida, com investimentos previstos de aproximadamente R$ 7,5 milhões, e pela construção de cisternas. A prefeitura indicará representante para participar dos estudos de capacidade e geração de renda, parcelamento do assentamento.

Um grupo de 40 trabalhadores rurais, moradores dos acampamentos Francisco Julião, Vítor Manoel e Rosa Luxemburgo, presenciou, na cidade de Uruaçu, a homologação do acordo judicial que permitirá ao Incra ser imitido na posse dos dois imóveis. Felizes, eles estão programando a comemoração do desfecho dos casos. Os processos de desapropriação destes imóveis iniciaram entre os anos de 2008 e 2009.

O superintendente regional, Jorge Tadeu Jatobá Correia, avalia que as decisões favoráveis ao órgão foram vitórias importantes. "Mesmo com a pujança do agronegócio, o estado de Goiás não prescinde do crescimento da agricultura familiar e dos assentamentos de reforma agrária", afirma. De acordo com Jorge Tadeu, agricultores familiares e assentados estão vinculados à inclusão produtiva, à melhor distribuição de renda e de avanços econômicos e sociais. Ele considera que este público de produtores tem mais propensão à se dedicar ao fornecimento de alimentos diversificados, com uma matriz agroecológica, e que preserva as riquezas do cerrado.

A decisão favorável ao Incra foi proferida no último dia 18 de setembro, durante mutirão de trabalho da Justiça Federal no município de Uruaçu, região noroeste do Estado. Estavam presentes, o superintendente do Incra/GO, Jorge Tadeu Jatobá Correia, e o procurador Noemir Brito, além de técnicos da autarquia e autoridades da região