Os pequenos criadores de gado que têm assistência técnica de programas governamentais comemoram os resultados da atividade em Alagoas. Mesmo com a seca, houve aumento da produção de leite e da renda.

O criador José Damião da Silva tem um rebanho de 16 vacas, com oito animais em período de lactação que produzem uma média de 90 litros de leite por dia. No pequeno escritório feito de taipa, ele anota os dados referentes ao rebanho, como produção, vacas em período de lactação e custos com alimentação.

O criador mora no povoado Cajá dos Negros, na zona rural de Batalha, no sertão de Alagoas. Ele faz parte de uma associação de 15 produtores que integram o programa Alagoas Mais Leite, que fornece uma estrutura mínima aos produtores com equipamentos e investimentos em genética. Eles também contam com assistência técnica do programa Balde Cheio, desenvolvido pela Embrapa.

No povoado Santa Rosa, em Craíbas, no agreste de Alagoas, o produtor de leite Marcelo Albuquerque também aprendeu que para aumentar a produção não basta somente seguir o manejo recomendado. Quando não está no curral cuidando do rebanho, o produtor passa o tempo no escritório improvisado ao lado da esposa fazendo contas e anotando todas as despesas para saber se a receita mensal foi satisfatória.

Segundo o criador, o controle das contas permitiu manter os animais com boa produção mesmo durante a seca. Em fevereiro deste ano, período mais crítico para o produtor por causa da estiagem, ele alcançou uma produção de 240 litros de leite por dia. A produção era 50% menor antes da assistência técnica.

Tratar a propriedade como uma empresa rendeu a Marcelo Albuquerque uma premiação em nível nacional. O criador ficou em segundo lugar na categoria Agronegócio no Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, promovido pelo Sebrae. Como reconhecimento pelo trabalho, o produtor recebeu uma ordenha mecânica.

Em dois anos, o Programa Balde Cheio capacitou 600 produtores de leite nas regiões agreste, sertão e baixo São Francisco.