O Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) não criará a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) no município de Luciara, no norte do Estado, sem a concordância da comunidade, do prefeito e do governador Silval Barbosa.

A afirmação foi feita na semana passada pelo presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, a representantes do poder público local durante reunião em Brasília. O encontro contou com a presença dos deputados Valtenir Pereira (PROS), Nilson Leitão (PSDB) e do deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM).

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De acordo com Valtenir, a garantia foi dada para tranquilizar a comunidade diante da ameaça de repetição dos fatos ocorridos na gleba Suiá Missú, que resultou na expulsão dos posseiros em dezembro do ano passado.

“Vizentin deixou claro que ainda estão em estudos preliminares. Que tudo será feito em concordância com o prefeito, o governador e a comunidade. A cidade está com medo, apavorada. Casas estão pichadas com dizeres ‘não à reserva’. A cidade está preparada para fazer o enfrentamento”, afirmou Valtenir.

Ele explica que existem na região vários “retireiros” que ocupam uma determinada área, alagadiça, que durante seis meses do ano fica submersa e nos outros seis meses é utilizada no período de seca.

O parlamentar lembra que representantes de organizações não-governamentais que pressionam o governo federal para criação da reserva extrativista serão convidados a prestar esclarecimentos na Câmara Federal sobre o tamanho da reserva e os impactos nos moradores da região.

“Tem um grupo, uma minoria, apoiada por ongs, que dizem que aquela área tem de ser uma reserva de desenvolvimento sustentável, mas querem ampliar a área e acabam atingindo outros posseiros. Isso vai significar a retirada desses posseiros. Como não tem boas lembranças, tem um histórico muito ruim de expulsão de trabalhadores e trabalhadoras do campo, queremos que eles expliquem o que se pretende. São meia dúzia de ativistas que querem ampliar uma área e prejudicar outros posseiros”, destacou o deputado.