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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Brasil abre 211 mil vagas em setembro

O mercado de trabalho com carteira assinada surpreendeu em setembro, ao contratar 211 mil empregados a mais do que demitiu. Este é o melhor saldo registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) desde abril, quando houve a criação de 247,8 mil vagas. Analistas de mercado contavam com a criação de, no máximo, 170 mil postos de trabalho no período.


As 211 mil novas vagas representam aumento de 4,32% sobre o saldo de 202,3 mil postos em setembro de 2012, considerando a série histórica ajustada do Caged, ou seja, a que considera os dados enviados pelas empresas ao governo mesmo fora do prazo. O Ministério do Trabalho prefere, porém, que a comparação seja feita com a série sem ajuste (150,3 mil), que daria uma ampliação de 40,4%.

O resultado do mês passado foi fruto de 1,8 milhão de contratações e de 1,6 milhão de demissões, as maiores para o período da série histórica iniciada em 1992. No acumulado de janeiro a setembro, o saldo está em 1,3 milhão mais empregos formais que no fechamento de 2012.

Nordeste. A Região Nordeste puxou o crescimento do emprego formal. O Sudeste, tradicional líder de vagas com carteira, foi superado pela primeira vez desde janeiro. Isso ocorreu apesar dos 45,3 mil empregos abertos pelo Estado de São Paulo - o maior volume para o mês dos últimos três anos e o maior saldo entre todas as unidades da federação.

O Sudeste foi responsável pela criação de 72,6 mil postos em setembro em comparação a 78,2 mil do Nordeste. O Sul gerou 38 mil vagas; o Norte, 11,5 mil e o Centro-Oeste, 10,7 mil. A última vez que o Sudeste foi ultrapassado foi em janeiro, quando ampliou o mercado em apenas 15 mil vagas e cedeu a liderança para o Sul (51,8 mil).

Outra novidade em setembro foi a de que as cidades voltaram a gerar mais empregos que o campo. O conjunto das nove áreas metropolitanas avaliadas pelo governo foi responsável pela criação de 77,3 mil postos de trabalho. Já o interior dessas áreas ampliou o mercado com 69 mil vagas no período.

O setor de serviços continuou como campeão de geração de vagas, com um saldo de 70,6 mil. Das seis áreas que compõem esse grupo, apenas na de instituições financeiras a criação de postos no mês passado (1,3 mil) foi menor do que em igual período de 2012 (2,5 mil).

A indústria também chamou a atenção. Foram 63,3 mil pessoas contratadas mais do que demitidas no período, com destaque para o segmento de produtos alimentícios, que empregou 40 mil. No setor manufatureiro, apenas o ramo de borracha e fumo encolheu e, segundo o Caged, por questões sazonais. O comércio foi responsável por 53,9 mil novos postos e a construção civil, por 29,8 mil.

A Agricultura foi a única a encolher ao fechar 10,2 mil vagas em setembro. Mesmo assim, o ministério avaliou que o resultado não foi totalmente ruim, já que no mesmo mês dos três anos anteriores, as demissões do setor, também por questões sazonais, foram bem maiores.

Surpresa. O estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, classificou o resultado como "surpreendentemente positivo", por causa da forte desaceleração da economia, como mostrou o índice de desempenho econômico divulgado ontem pelo Banco Central. O IBC-Br de agosto cresceu apenas 0,08%.

No entanto, segundo Rostagno, quando se analisa a geração de empregos no período de 12 meses, constata-se que o total de postos criados (1.323.461) está muito abaixo do registrado em 2011 e antes do início da crise global, em 2008.
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