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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Novo grupo de inseticidas pode ajudar no combate à dengue

Trata-se de uma piridina cujo nome químico é a pimetrozina, que age sobre o aparelho bucal de insetos sugadores como os pulgões, cigarrinhas e tripés. Segundo Octávio Nakano, professor sênior do Departamento de Entomologia e Acarologia (LEA), coordenador dos estudos, o produto possui atividade sistêmica de longo prazo, atuando por mais de dez dias em circulação na seiva das plantas.


Além do efeito por ingestão, Nakano destaca que o inseticida possui efeito de contato e aumenta a sua capacidade tóxica para os insetos quando na forma de fumigação, se formulado de forma a oferecer essa propriedade. “Notamos que a pimetrozina demonstrou maior eficiência na medida em que eleva a temperatura, condição que facilita a proliferação dos insetos como os pernilongos”, comenta.

De acordo com Nakano, o produto é recomendado até o presente momento apenas para insetos que sugam vegetais. “Seu mecanismo de ação é sobre o sistema nervoso, basicamente sobre os nervos da musculatura que atuam no mecanismo da salivação”. Porém, os estudos conduzidos pelo docente mostraram que o produto atua também sobre larvas de mosquitos que vivem na água. “Elas morrem alguns dias depois de expostas, ou seja, trata-se de um modo mais prático também para receberem o elemento tóxico via respiração, outra característica deste grupo”.

A aplicação da pimetrozina na forma de termonebulização sobre os adultos, uma das vias mais sensíveis que é a respiratória, vem mostrando que na dosagem de 0,3 g. do ativo/litro de óleo nebulizável mata os mesmos dentro de 12 horas. “O interessante é que após a sua contaminação com o inseticida, as fêmeas não conseguem mais introduzir seus estiletes na pele humana , o que as impedem de sugarem o sangue e inocularem a saliva, as vezes contaminada pelo virus causador da dengue”, reforça Nakano. Segundo o professor do LEA, testes realizados com fêmeas contaminadas com o tóxico comprovaram que elas tentaram por cerca de 50 minutos introduzirem seus estiletes na pele sem êxito, morrendo após esse período aparentemente por exaustão e também pelo efeito do produto. “Essa pesquisa pode abrir novos caminhos não somente contribuindo com a eliminação da dengue, como também outras moléstias transmitidas por insetos, inclusive a nível global. A observação de que a pimetrozina pode afetar os mosquitos abre também caminho para sua avaliação sobre outros tipos de dípteros como as moscas sugadoras de sangue tipo a mosca do chifre, do estábulo e outros tipos sugadores de sangue”, finaliza Nakano.
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