O dia 11 de dezembro de 2012 marcou o início do processo de desintrusão da gleba Suiá Missú, fato que criou um dos maiores conflitos fundiários da história de Mato Grosso, quando milhares de pequenos produtores foram desalojados para dar lugar à terra xavante Maraiwatsede, no Araguaia.
O tema foi lembrado durante a mobilização promovida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) nesta quarta-feira (11.12), na Câmara dos Deputados, e que reúne centenas de produtores rurais em protesto contra as demarcações de terras indígenas.
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A situação das famílias foi relatada pelo presidente da Associação dos Produtores da Suiá Missú, Sebastião Prado, que em um discurso emocionado nesta quarta-feira (11.12) lembrou que há exatos 12 meses a Força Nacional de Segurança dava início à retirada das famílias.
“A nossa perda é muito grande. Ë irreversível. Hoje temos oito suicídios, 14 enfartos, e 24 mortes. Isso é irreversível. Financeiramente nós perdemos tudo, mas acredito na reversão judicialmente falando, mesmo porque de uma forma ou de outra, como não houve decisão transitada em julgado, ou nós ganhamos o direito de retorno à propriedade ou nós somos indenizados. Existe precedente jurídico neste sentido e estamos trabalhando para que se torne realidade”, argumentou.
A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que preside a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), garantiu que a terra Suiá Missú será devolvida aos produtores da região.
“Todos sabemos que ali não havia índios. Aquela era uma antiga fazenda do comandante Rolim, ex-presidente da TAM. Mas houve uma troca da área com anuência da igreja Católica. Os documentos comprovam. Por isso, tenho certeza de que vamos conseguir reverter esta situação”, bradou sob os aplausos dos cerca de 400 participantes do evento.
A mobilização ocorre um dia após a Câmara dos Deputados ter instalado a Comissão Especial da PEC 215, a Proposta de Emenda Constitucional que transfere do poder Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras destinadas aos índios.
