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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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EUA: área plantada de algodão deve crescer 8,2% em 2014, prevê NCC

Produtores norte-americanos pretendem plantar 11,26 milhões de acres de algodão na primavera do Hemisfério Norte deste ano, o que representa aumento de 8,2% em relação a 2013, de acordo com levantamento divulgado no sábado pela associação setorial Conselho Nacional do Algodão (NCC, na sigla em inglês).


Cotonicultores esperam se beneficiar da alta de mais de 7% nos preços em um ano, mas a possibilidade de aumento da produção dos EUA, maior exportador de algodão do mundo, pode reverter a valorização.

'O mercado para este próximo ano é um grande incentivo para o cultivo de algodão', disse Tom Lahey, agricultor de Moscou, no Kansas. Lahey planeja plantar algodão em 6 mil acres, de seus 14 mil acres, quase o dobro do cultivado no ano passado.

O aumento da área plantada nos EUA deve elevar a safra de algodão doméstica na temporada 2014/15, que começa em 1º de agosto, para 16,37 milhões de fardos, mais de 24% acima do colhido no ciclo anterior.

A previsão representa uma reviravolta para o mercado de algodão dos EUA e poderia aumentar os estoques mundiais de fibra. No ano passado, muitos produtores norte-americanos optaram por semear outras culturas, como milho e soja, após os preços do algodão caírem em 2011 e 2012. A redução no plantio e o clima adverso em 2013 levaram à menor colheita dos EUA em quatro anos e impulsionaram as cotações. O preço futuro do algodão negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sexta-feira em 87,47 cents/lb, ante 81,40 cents/lb há um ano.

A área plantada em Kansas, Oklahoma e no Texas, Estados que respondem por mais da metade da área plantada de algodão dos EUA, deve ter crescimento de 12% em relação ao ano anterior, previu o conselho.

Cerca de 1 mil agricultores responderam à pesquisa do NCC em dezembro e janeiro. A partir desses dados, a associação montou sua previsão de área plantada.

A produção global provavelmente aumentará como resultado de mais oferta dos EUA e de outros grandes produtores, incluindo Paquistão e Usbequistão, destacou o conselho. No entanto, a expectativa é de que produção da China e da Índia, os dois maiores produtores mundiais da fibra, diminua.

De acordo com o conselho, a colheita de algodão no mundo deve crescer para 118 milhões de fardos no ano-safra global 2014/15, que começa em julho, um aumento de 200 mil fardos ante a temporada anterior.

Ainda assim, muitos produtores do Hemisfério Norte sustentam suas decisões de plantio no contrato futuro para entrega em dezembro, que normalmente corresponde ao algodão colhido no outono. Esse vencimento está sendo negociado abaixo do contrato para março da ICE, por isso alguns agricultores hesitam em expandir a área plantada. 'São 10 cents a menos', disse Tim Crosby, agricultor de Pavo, na Geórgia, acrescentando que não tem planos de elevar seus 3 mil acres de algodão nesta primavera, pois acredita que os preços cairão.

Outros participantes projetam que a produção adicional dos EUA vai pressionar os preços muito antes de expirar o contrato para dezembro. Jordan Lea, trader de algodão na Eastern Trading Company em Greenville, na Carolina do Sul, destacou que a estimativa do conselho é baixista para as cotações no curto prazo. A oferta robusta não vai ser absorvida, mesmo que moinhos têxteis operem no auge da capacidade, disse Lea. Fonte: Dow Jones Newswires.
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