Operando em mercado firme durante todo o período – situação que se repete a cada nova entressafra da carne – o frango vivo (base: interior paulista) obteve em setembro o melhor preço de 2014, resultado decorrente de uma valorização de 10,59% em 30 dias e de mais de 20% no trimestre.
Apesar, no entanto, dos avanços bem acima do que possa ser considerado normal, o preço do produto ficou aquém daqueles registrados em setembro e outubro de 2013. Em relação a setembro/13, a redução esteve próxima de 10%.
Não só isso, entretanto. Pois embora o resultado de setembro tenha sido o melhor de 2014, permanece apenas como o sétimo melhor dos últimos dois anos. Ou seja: ficou aquém não só de setembro e outubro de 2013, mas também do que foi alcançado no trimestre janeiro-março do ano passado e, ainda, de dezembro de 2012. Como, então, o preço médio do frango vivo girou em torno de R$2,95/kg, 21 meses depois acabou negociado por valor 10% menor.
Fique claro, porém, que tais índices estão sendo mencionados apenas para deixar claro que a carne mais consumida pela população brasileira continua com uma evolução de preços inferior à da inflação do País, apresentando – fato historicamente demonstrado – preços reais decrescentes no decorrer do tempo.
O que se quer dizer, em suma, é que a redução de preços observada em relação ao que foi observado cerca de dois anos atrás é reflexo da redução de custos dos dois principais insumos do setor, o milho (principalmente) e o farelo de soja. Assim, tomando-se como base um “pacote” contendo três quartos de milho e um quarto de farelo de soja (proporção aproximada de uma ração para frangos) constata-se que a despeito do recuo de 10% no preço do frango, seu poder de compra em relação a esse “pacote” aumentou 17%.
A registrar, ainda, que o valor médio do frango vivo nos nove primeiros meses de 2014 (R$2,37/kg) ficou 4% aquém da média dos 12 meses de 2013 (perto de R$2,47/kg), apresentando uma defasagem que tende a ser corrigida, senão em outubro, no bimestre final de 2014.
A previsão de correção vem do fato de, em novembro e dezembro do ano passado, os preços do frango vivo terem registrado forte retrocesso em relação ao bimestre anterior, fato que não deve ocorrer no corrente exercício.
