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Domingo, 23 de junho de 2024

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Mesmo com área menor, produção de maçã segue em alta

Apesar da diminuição nos pomares, que caíram de 6 mil para 4 mil hectares nos últimos cinco anos, a safra de maçã é considerada surpreendente em Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense. O município é responsável por 20% da produção nacional da fruta e deve colher 240 mil toneladas neste ano.


A safra vive o auge no mês de fevereiro, quando frutas de diversas variedades colorem as macieiras. Embora sejam menores, as maçãs deste ano apresentam boa qualidade e não sofreram prejuízos com granizo, que é considerado o pior inimigo dos pomares.

Segundo Pierre Nicolas Perez, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maça (ABPM), o tamanho da fruta está um pouco reduzido por conta das estiagens sofridas nos últimos meses e também devido ao frio intenso na primavera.

Mas, como a chuva promete cair com mais frequência a partir de agora, maçãs graúdas devem ser colhidas na fase final da safra deste ano.

— A colheita é considerada de qualidade porque não tivemos incidência de granizo. Com isso, as frutas estão intactas e podem ser conservadas por bastante tempo — explica.

Quanto à diminuição dos pomares, Perez salienta que a queda se deve, principalmente, ao final de um ciclo de produção. Como Fraiburgo foi um dos primeiros municípios brasileiros a investir na cultura, as macieiras mais antigas precisam ser substituídas, porque algumas têm mais de 20 anos.

E alguns produtores estão esperando estabilizar as oscilações de mercado, para decidir se vão renovar os pomares. Um dos fatores que pode contribuir para a retomada do fôlego da produção de maçãs no município, que já chegou a ser o maior produtor catarinense, são linhas de financiamento aprovadas no final do ano passado, que permitem a cobertura dos locais com telas anti-granizo.

O presidente da ABPM salienta que os produtores estão recebendo em média R$ 0,70 por quilo da fruta. Depois de selecionada e armazenada, a maçã é repassada ao mercado por cerca de R$ 0,90, mas é vendida aos consumidores por até o triplo deste valor.

Na contramão dos dados de Fraiburgo, onde a safra permanece equivalente aos anos anteriores, mesmo com a diminuição de pomares, a colheita da maçã deve sofrer uma pequena queda no país. Conforme dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), haverá redução de 1% na área plantada, totalizando cerca de 1,2 milhão de toneladas.

Em Santa Catarina, o maior produtor é São Joaquim, com cerca de 19 mil hectares plantados. No Estado, devem ser colhidas neste ano cerca de 583 mil toneladas da fruta, conforme estimativa do IBGE, número equivalente a última safra.

Trabalhadores

Nos pomares da região de Fraiburgo são contratados cerca de 4,5 mil trabalhadores em época de colheita. E 60% desse total vêm de outros estados, para suprir a falta de mão de obra local. Todos recebem salário fixo, comissão, alojamento, comida e roupa lavada.

Os atrativos fazem com que o gaúcho Roberto Lima Pereira carimbe a carteira de trabalho em Fraiburgo há vários anos. Ele trabalha na colheita e está satisfeito com a oportunidade escondida nos pomares.

— Vale a pena trabalhar com as maçãs, porque o clima é bom e rende oportunidades que não encontramos em outros locais. Trabalho há 37 anos na estrada e para mim é normal viajar em busca de emprego — conta.
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