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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Protesto nos portos afeta exportações agrícolas do Brasil

A paralização de seis horas dos portuários, na última sexta-feira (22), atingiu outros importantes portos do país, interrompendo as exportações de soja, milho, açúcar e outras mercadorias nos principais terminais brasileiros.


O protesto prejudicou especialmente os embarques de soja, milho e açúcar nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), os dois principais centros de embarque de produtos agropecuários do país, num momento em que começa o escoamento de uma safra brasileira recorde de grãos.

A movimentação dos trabalhadores acendeu um sinal de alerta no mercado externo, num ano em que problemas logísticos brasileiros já têm atuado como fatores de alta para os preços futuros dos grãos negociados na bolsa de Chicago. Importadores mais cautelosos já têm trocado a origem de alguns carregamentos de soja do Brasil para os EUA.

A paralisação ocorreu contra a Medida Provisória 595, editada pelo governo no ano passado, que muda as regulamentações portuárias e incentiva investimentos privados no setor, com o objetivo de reduzir o custo do frete no país. Mas, na visão dos sindicalistas, a MP fragiliza as relações trabalhistas.

"Estamos tensos. O empresário é forte e o trabalhador é fraco nessas negociações", disse o estivar Geraldo Ventura, que atua como estivador desde 1974 em Santos. Depois de participar da paralisação pela manhã, ele buscava se encaixar na escala de trabalho do turno da tarde no porto do litoral paulista. Mas ele não era o único.

Em um salão quente e abafado, estivadores se aglomeravam em torno de painéis com informações dos navios no porto santista, em busca de uma vaga para trabalhar depois do protesto.

Muitos se diziam satisfeitos com o movimento, mas ainda manifestavam preocupação com os rumos da discussão da MP 595 no Congresso.

Os trabalhadores portuários cancelaram a paralisação prevista para terça-feira da próxima semana, depois que arrancaram do governo em reunião em Brasília, nesta sexta, a promessa de negociação em torno das reformas.

O ministro-chefe da Secretaria dos Portos, José Leônidas Cristino, disse, contudo, que o governo não deverá permitir nenhuma mudança na "essência do projeto".

Os sindicalistas argumentam que as mudanças propostas pelo governo --dentro da MP que visa aumentar a eficiência dos terminais brasileiros e realizar investimentos públicos e privados de 54,2 bilhões de reais no setor-- poderão flexibilizar as exigências trabalhistas para empresas que vierem a operar nos portos.

Para a Força Sindical, cerca de 30 mil trabalhadores se envolveram na manifestações deste manhã em vários portos do país.
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