A greve dos produtores de café na Colômbia entra em sua segunda semana nesta segunda-feira (4). Os cafeicultores reivindicam aumento dos subsídios do governo diante da crise que o setor enfrenta. A mobilização ganhou no último sábado (2) reforços com o início da greve da principal associação de caminhoneiros do país devido aos preços elevados dos combustíveis. As mobilizações já resultam em escassez de combustível, comida e outros produtos em algumas cidades, principalmente ao sul do Colômbia.

A Associação dos Caminhoneiros Colombianos (ACC) afirmou que 70% dos 220 mil caminhoneiros associados estão parados e não retornarão ao trabalho até que o governo reverta o acréscimo de US$0,09 nos preços do galão de diesel.

Com a elevação, o preço da gasolina está próximo a US$5/galão. Segundo classificação da Bloomberg, um dos mais caros do mundo.

Café – Os protestos dos produtores na Colômbia tiveram início devido aos baixos preços recebidos pela saca de 275 libras, que saiu dos US$437 praticados em fevereiro do ano passado para US$270 atuais. Queda de 38% nas cotações.

O governo colombiano afirma que está tentando acompanhar as quedas nos preços com aumento dos subsídios oferecidos aos produtores. Segundo informações de agências internacionais, durante as negociações deste final de semana o governo chegou a quase dobrar o subsídio oferecido aos pequenos produtores passando de US$33 para US$63 por saca.

No entanto, boa parte dos produtores nega qualquer acordo com o governo. Eles afirmam que o maior subsídio não é suficiente para conter a crise. E, ao invés disso, pedem garantia de preço mínimo a US$414/saca.

Para a Federação Nacional de Cafeicultores (Fedecafe) a desvalorização do peso colombiano frente ao dólar também é responsável pela crise. O peso está 3% mais fraco este ano e na sexta-feira (1º) encerrou negociado a 1.813 por dólar.