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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Geral

Congestionamento no Brasil acontece em mar e terra

Nas principais estradas que dão acesso aos portos há filas de caminhões esperando para descarregar o produto. Além disso, as más condições das rodovias também comprometem o bom fluxo dos caminhões já que aumentam o tempo das viagens e acabam encarecendo o valor do frete.De acordo com o diretor administrativo da Aprosoja MT (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso), Roger Augusto Rodrigues, o valor do frete já sofreu um reajuste de aproximadamente 50% de janeiro para cá.


Além dos problemas já conhecidos, o que agrava a situação da logística nessa safra é uma menor agilidade por parte dos caminhões, de acordo com Rodrigues. Isso vem acontecendo, em partes, por conta da nova Lei do Caminhoneiro, segundo ele, e piora diante da falta de infraestrutura já conhecida tanto pelos motoristas quanto pelos produtores.

Para Rodrigues, a lei é um avanço para a categoria e se faz bastante necessária, porém, ainda precisa de muitas alterações, as quais devem atender às necessidades tanto dos caminhoneiros quanto do transporte brasileiro. "Esse não pode ser mais um custo a cair nas costas dos produtores rurais. Além de menos caminhões, ainda sofremos com a falta de mão de obra qualificada. É um verdadeiro apagão logístico", diz.

A opinião de que essa lei não atende as necessidades dos caminhoneiros é compartilhada pelo presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), Claudinei Pelegrini, que afirma que, no próximo dia 27, lideranças do setor vão à Brasília apresentar alterações na legislação ao Governo Federal. "Essa lei foi um avanço, mas não atende aos anseios dos caminhoneiros. Ela é incompátivel e o que precisamos não temos", afirma.

O presidente reitera ainda que as condições ruins das estradas brasileiras há tempos provocam o desgaste excessivo não só dos motoristas como dos veículos, além de aumentar os custos e tempos de viagem. "Tem caminhoneiro gastando 5 horas para fazer um trajeto de 100 km", diz Pelegrini.

No entanto, o representante da ABCAM acredita ainda que o problema de falta de caminhões, como vem sendo reportado pelo setor produtivo, pode ser amenizado ao passo que as alterações necessárias sejam feitas na nova lei do caminhoneiro. Porém, afirma também que é necessário uma movimentação e planejamento por parte do Governo Federal para que as condições de trabalho possam ser mais adequadas. "Aquilo que foi destinado à iniciativa privada, aconteceu. Mas onde está toda a infraestrutura que foi prometida pelo Governo Federal?", questiona Pelegrini.
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