A logística de transportes não acompanhou o crescimento econômico, o aumento da produção e o desenvolvimento de novas tecnologias nos últimos 20 anos. A constatação foi feita pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) durante discurso, em tom de desabafo, nesta segunda-feira (1) na tribuna do Senado.

Maggi citou previsões feitas na década de 90 de que o Brasil enfrentaria um apagão logístico caso não fossem feitos investimentos em infraestrutura de transportes. Segundo ele, as dificuldades que o país teria foram previstas, e nada foi feito, ou pelo menos, não a contento.

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“Fizemos o Brasil crescer, fazendo um país autosuficiente, que pudesse gerar divisas dando condições ao Governo de criar programas sociais que hoje são um exemplo para o resto do mundo. Fizemos tudo isso, e mais uma vez, esquecemos-nos da infraestrutura. Estamos levando horas para percorrer hoje o mesmo trecho, porque as rodovias estão abarrotadas de carretas, carros. Os brasileiros estão perdendo o direito de ir e vir. E isso é ineficiência”, alertou Maggi.

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O parlamentar lamentou que o fato de a infraestrutura do país não ter crescido paralelamente ao desenvolvimento da indústria e principalmente do agronegócio. Ele lembra que a produção de grãos em Mato Grosso passou de 30 mil toneladas nos anos 80 para os atuais 36 milhões de toneladas e os meio de transporta-la são os mesmos de 30 anos atrás, época em que a família Maggi chegou ao Estado.

“Já se passaram 30 anos e a única alternativa que apareceu é o corredor da hidrovia rio Madeira/Amazonas, que eu mesmo construí e liga o centro ao norte do país. São quatro ou cinco milhões de toneladas. De resto, é o mesmo carreiro que a gente tinha, a mesma estrada que tínhamos 30 anos atrás. Está aí o Porto de Paranaguá, que é o mesmo porto de 20 anos atrás”, destacou.

Maggi destacou ainda resultado de uma pesquisa de 2010, segundo a qual apenas 10% da população achava que a infraestrutura deveria ser considerada prioridade pela presidente da República. Em junho do ano passado, a mesma pesquisa foi feita pelo Instituto DataSenado, e os números são ainda alarmantes. De acordo com a assessoria de imprensa do parlamentar, apenas 1% da população entrevistada entende que o assunto, infraestrutura, está entre os mais preocupantes.