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Informações obtidas em pesquisa poderão viabilizar mercado de pau de balsa

11 Abr 2013 - 14:33

Gabriel Faria - Embrapa Agrossilvispastoril

Espécie nativa da Amazônia Ocidental, o pau de balsa (Ochroma pyramidale) despertou o interesse de produtores de Mato Grosso. Por meio de incentivos diversos, a área com a espécie madeireira conhecida pela baixa densidade e rápido crescimento aumentou no estado nos últimos anos e já chega a 7,5 mil hectares, segundo dados da Cooperativa dos Produtores de Pau de Balsa (Copromab). No entanto, o mercado potencial ainda é incerto e existem poucas informações sobre o cultivo.


Para contribuir com as informações técnicas sobre a produção de pau de balsa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciou em 2011 uma pesquisa que avalia diferentes níveis de adubação e diferentes espaçamentos de plantio. Mesmo em fase inicial, este trabalho, realizado no município de Guarantã do Norte (745 km de Cuiabá), já começa a gerar informações importantes para os produtores da região.

“Fizemos os primeiros plantios orientados por experiência de outras pessoas que já haviam feito, mas sem informações técnicas. Agora, mesmo sem os resultados finais, já começamos a aplicar o que vemos no experimento e que está dando certo. A pesquisa já está nos direcionando a proceder de modo a cometer o menor número de erros”, afirma o agrônomo da prefeitura de Guarantã do Norte e responsável pelo acompanhamento técnico do experimento, Júlio Santin.

Na pesquisa foram adotadas quatro dosagens de adubação. Uma com os valores de referência utilizados na região, outras com metade desta quantidade, com o dobro e com 1,5 vezes o valor de referência, além da parcela testemunha, que ficou sem adubação. Após dois anos de plantio a diferença entre os tratamentos é evidente.

“As plantas que receberam níveis de adubação responderam positivamente. Obtivemos incrementos em termos de altura e diâmetro do tronco da ordem de duas vezes em relação à testemunha. A média do diâmetro das árvores variou de 2,4 cm (testemunha) a 4,9 cm (maior nível de adubação) e o crescimento em altura variou de 154,4 cm (testemunha) a 349,5 cm (maior nível de adubação) aos 375 dias após o plantio; relata o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Maurel Behling.

Outro item avaliado pela pesquisa é a fertilidade do solo, devido ao depósito de matéria orgânica. Nota-se maior acúmulo de serapilheira nos tratamentos que receberam maior quantidade de adubo. Isto, além de trazer benefícios para as plantas, contribui para a menor incidência de plantas daninhas e de matocompetição, além de reduzir os custos com operações para controle do mato.

Paralelamente à implantação do experimento, ainda foi possível avaliar técnicas adotadas para o plantio. Comparando-se com cultivos vizinhos, onde foi feita a gradagem e sulcagem total da área, o plantio com cultivo mínimo se mostrou mais viável. Ao se fazer apenas a sulcagem nas linhas de plantio e a dessecação do capim, houve menor problema com matocompetição e consequentemente economia tanto no controle do mato, quanto nas operações de gradagem.

Segundo Maurel Behling, mesmo com a pesquisa ainda na fase inicial, já é possível ter algumas previsões quanto aos resultados. Entretanto, os dados conclusivos somente serão conhecidos após o corte das árvores, quando será verificado o volume de madeira produzido em cada tratamento. O corte final está previsto para ocorrer por volta dos cinco a seis anos de idade. Com estas informações, será feita a análise econômica dos cultivos, de modo a determinar qual deles é mais viável para o produtor.

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