Um clima úmido pode prejudicar os estágios iniciais da colheita de café no Brasil, que começa em meados de maio, ameaçando a qualidade dos grãos, disseram meteorologistas, enquanto alguns padrões climáticos também podem aumentar o risco de danos por geadas este ano.
Além de potencialmente afetar a produção, um junho mais chuvoso poderia retardar a colheita e o fluxo da nova safra, embora os grandes estoques de passagem da temporada passada significam que o mercado continuará bem abastecido.
"Frentes frias farão com que alguma chuva ocorra em algumas áreas de café do norte... mas não vai causar problemas sérios", disse o meteorologista Drew Lerner, da World Weather, em Kansas City, acrescentando que espera tempo predominantemente normal, exceto por um junho mais úmido.
A chuva pode estragar o sabor dos grãos de café, fazendo com que eles fermentem quando estão espalhados ao ar livre para secar, depois da colheita, forçando os agricultores a vender por valores menores, ao mesmo tempo em que impulsiona o preço do grão de boa qualidade que escapa da umidade.
O clima no cinturão de café geralmente fica extremamente seco por vários meses durante o inverno do Brasil, que começa em junho. Meteorologistas esperam que a chuva neste ano venha a ser mais um aborrecimento no início da colheita de que um fator de grandes prejuízos.
Tanto Lerner, da World Weather, quando o Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia, de São Paulo, afirmam à Reuters que frentes frias que veem da Argentina serão mais constantes e farão chover com mais frequência.
O aumento do número de frentes frias, devido a condições neutras nos padrões climáticos, ou seja, a ausência tanto do La Niña quanto do El Niño, anomalias ligada à mudança de temperatura do oceano, também é um fator que eleva risco de geadas, a julgar pelos dados históricos, disse Lerner.
"No entanto, o máximo solar não reforça isso", disse ele, referindo-se a um aumento cíclico na produção de calor pelo sol, que está agora se aproximando de seu auge. "Estes dois tipos de tendências compensam-se um pouco."